O Google criou interesse na indústria de viagens já há um bom tempo. As viagens são uma das suas principais fontes de receita em anúncios. Somente o Priceline Group teria gasto uma grande parte do seu orçamento de Marketing (US$ 3,5 bilhões) na plataforma de busca em 2016.

Agora, o Facebook, que possui 1,7 bilhão de usuários ativos e penetração em mais de 200 países, está começando a considerar as oportunidades presentes no setor de viagens. Mas, seria tarde demais para isso?

Por Stephen Taylor, da Sojern

Quando o Facebook descontinuou a ferramenta ad exchange no início de 2016, muitas marcas de empresas de viagens deixaram de usar o canal, agora limitado para anúncios dinâmicos. Só que, anúncios desse formato são mais adequados para o e-commerce e não possuem parâmetros que permitam anúncios relacionados a viagens.

Os feeds de inventário em tempo real são um exemplo. O risco de informar o valor errado de um ticket aéreo é grande e poderia ser mal interpretado pelos consumidores, a ponto de levar a uma ação judicial, particularmente na Europa, onde o ambiente regulatório é ainda mais severo que nos Estados Unidos. Adicione a isso o fato de que os feeds de inventário em tempo real foram elaborados para sites e não para a publicidade programada – onde você dispõe de 40 milissegundos para receber o sinal verde e mostrar o anúncio ao consumidor. Ou seja, uma receita potencial para o desastre.

O mérito do Facebook foi reconhecer rápido que os anúncios dinâmicos não se adequavam às empresas de viagens, onde o grande número de considerações de compra por parte do consumidor – onde, quando, com quem, e assim por diante – está atrelado à rápida mudança de preço e disponibilidade do produto, um desafio de Marketing significativo para a indústria de viagens. No entanto, no final do ano passado, o Facebook lançou a ferramenta Dynamic Ads for Travel (DAT), que atendeu no primeiro momento, o setor hoteleiro e posteriormente, expandiu para destinos e para as reservas de voos mais baratos.

O DAT deu certo: ele combina o melhor dos anúncios dinâmicos com parâmetros relevantes para viajar, tais como: datas específicas de chegada e partida, número de viajantes, classificações por estrela e códigos de aeroportos. Ele também cria oportunidades de vendas, mostrando opções de hotéis com filtros de preço e localização.

O Facebook que antes não possuía tanta visibilidade no desempenho de Marketing de viagens, está revertendo o quadro à medida que os anunciantes se conscientizam do seu enorme potencial em trazer à tona, conteúdos altamente segmentados, empurrando o custo por reserva para baixo e elevando as receitas. Outra grande vantagem para as marcas é de que o Facebook exerce influência entre seus usuários, experimentada por meio da interação entre os pares durante os primeiros estágios que definem a decisão de compra por parte do viajante.

A indústria de viagens é enorme. Pode ser que não haja espaço para o Google e para o Facebook coexistirem. Mas por enquanto, a maior rede social do mundo está começando a escancarar a porta entreaberta.

* Crédito da imagem: Pixabay/geralt