O e-commerce no Brasil experimentou um crescimento nominal de 225% entre 2019 e 2022, conforme análise divulgada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) baseada na PAC (Pesquisa Anual do Comércio) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Este aumento significativo no faturamento do comércio eletrônico ressalta uma transformação no comportamento do consumidor e a adaptação do mercado às novas realidades digitais.

Além do crescimento no faturamento, o número de empresas que operam exclusivamente online aumentou em 79,2% no mesmo período, ressalta a reportagem da CNN Brasil. Este movimento reflete a crescente confiança dos consumidores nas compras online e a adaptação das marcas às demandas do mercado digital. “O crescimento da receita e a alta do faturamento no ambiente digital refletem uma mudança significativa no comportamento do consumidor”, destaca a CNC.

De acordo com dados da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), no primeiro semestre de 2023, o e-commerce brasileiro atingiu o faturamento de R$ 80,4 bilhões.

Impactos e tendências no setor de comércio

Embora o comércio varejista e o setor automotivo ainda não tenham se recuperado totalmente em termos de pontos de venda desde a pandemia, o e-commerce e o atacarejo mostraram um desempenho robusto. O atacarejo, uma combinação de atacado e varejo com preços diferenciados para compras em maior quantidade, viu sua receita operacional líquida aumentar em 68% entre 2019 e 2022, impulsionado pela digitalização e pela popularização deste formato de negócio.

No entanto, os efeitos da crise econômica de 2015 e 2016, bem como a pandemia, resultaram em uma perda considerável de pontos de venda em 2020. Segundo a análise da CNC, o número de empresas do comércio em operação naquele ano caiu 7% em comparação com 2019. Este dado evidencia os desafios que o setor enfrentou para se manter ativo durante os períodos de instabilidade econômica.

“O crescimento do atacarejo e a digitalização são tendências que vieram para ficar, mas precisamos estar atentos aos desafios macroeconômicos que podem afetar o setor”, afirma Fabio Bentes, economista da CNC responsável pelo estudo.

A CNC ressalta que, apesar do crescimento expressivo do e-commerce e do atacarejo, o setor de comércio enfrenta desafios macroeconômicos que podem impactar sua trajetória futura. A necessidade de adaptação às novas tecnologias e às mudanças no comportamento do consumidor será crucial para manter o crescimento e a competitividade das empresas.

(*) Crédito da foto: Pixabay