Economia brasileira - bcJunho apresentou alta de 4,9% na comparação com maio

Os prejuízos causados pela pandemia parecem estar longe de terminarem. Segundo dados do BC (Banco Central) de hoje (14), a economia brasileira levou um tombo de 10,94% no segundo trimestre frente aos três meses anteriores. No primeiro trimestre, a entidade já previa quedas bruscas e recessão. Apesar dos resultados desanimadores, a atividade econômica mostrou recuperação em junho. As informações são da Reuters.

O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado sinalizador do PIB (Produto Interno Bruto), junho apresentou alta de 4,9% na comparação com maio no melhor resultado da série iniciada em janeiro de 2003, alavancado por uma baixa base de comparação. A leitura também foi melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 4,70% na comparação mensal.

“Para frente, seguimos esperando recuperação sequencial da economia. Ao mesmo tempo, temos de monitorar os riscos para a atividade relacionados à pandemia, a uma deterioração nas expectativas por conta da situação fiscal bem como em torno da retirada de suporte dos programas de governo”, alertou Felipe Sichel, estrategista-chefe do banco digital modalmais.

O recuo recorde no segundo trimestre soma-se à contração de 1,97% vista no primeiro trimestre ante o período imediatamente anterior O IBC-Br mostra que o maior impacto das medidas de contenção da Covid-19 foi percebido em março (-6,12% sobre o mês anterior) e abril (-9,62%), meses de perdas recordes. Desde então a atividade vem indicando melhora na base mensal, com alta em maio de 1,6%.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgará os dados do PIB do segundo trimestre em 1º de setembro. Na comparação com junho de 2019, o IBC-Br apresentou perda de 7,05% e, no acumulado em 12 meses, teve recuo de 2,55%.

Economia brasileira: serviços

Com a gradativa retomada das atividades econômicas, os ganhos vêm à medida de estímulos, como aumento de crédito, programa de proteção ao emprego e auxílio emergencial. Em junho, a produção industrial do Brasil cresceu 8,9% sobre maio, revelaram dados do IBGE, no segundo mês seguido de desempenho positivo, mas ainda insuficiente para compensar as perdas no ápice do isolamento social.

O setor de serviços, o mais afetado pelo isolamento social, voltou a aumentar em junho depois de quatro meses de quedas diante do afrouxamento das medidas para contenção do coronavírus, com alta de 5,0% no volume. Mas ainda está distante de retornar aos níveis pré-pandemia, evidenciando a dificuldade de recuperação do setor. O governo estima que o PIB vai contrair 4,7% este ano, no que seria o pior resultado da série história que começou em 1900.

(*) Crédito da foto: Ricardo Moraes/Reuters