estudo cncCNC divulgou o levantamento hoje (8)

A CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) divulgou hoje (8) o estudo Empregabilidade no Turismo. O material mostra que, durante os quatro primeiros meses do ano, o setor teve saldo positivo de 2.762 postos de trabalho. O mês de abril marcou a geração líquida de 2.477 empregos, interrompendo a sequência negativa de fevereiro e março (-3.032 no total). 

O relatório leva em consideração os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, e, segundo ele, o segmento de transporte de passageiros foi o que mais criou vagas formais no período (3.938).

O número de pessoas ocupadas no turismo atingiu, em abril, 2.926.568, com predominância dos empregos no segmento de hospedagem e alimentação (1,9 milhão de pessoas ocupadas). Os transportes de passageiros também estão em destaque – 805 mil vagas. Juntos, os dois grupos respondem por 92,7% da ocupação da mão de obra nos diversos segmentos turísticos. 

"A concentração do emprego reflete o interesse das pessoas pelo consumo de viagens, hospedagem e alimentação fora do domicílio, principalmente", avalia Antonio Everton, economista da CNC. 

Para a confederação, embora tímido, o crescimento do emprego reflete a recuperação de alguns segmentos importantes. No entanto, a greve dos caminhoneiros e a escassez de combustíveis, ocorridas por 11 dias no mês de maio, podem modificar a tendência no curto prazo. "As medidas de resolução da crise tomadas pelo governo afetarão o equilíbrio inicial da economia. Isso vai interferir nas decisões de gastos das famílias, deixando-as cautelosas em relação às despesas com turismo", pondera Everton. 

Em levantamento parecido, com números relativos ao ano passado, a CNC mostrou que hospedagem e alimentação lideravam a geração de empregos.

Estudo dá destaque a estados

Regionalmente, o estudo aponta crescimento do emprego no Sudeste e Centro-Oeste. Nesse recorte, destaque para São Paulo (9.244 postos criados) e Distrito Federal (1.469 vagas). Já a região Sul teve redução líquida de 4.203 postos formais, apesar do crescimento verificado no Paraná (911 empregos novos). 

No Rio de Janeiro, os postos de trabalho no turismo são um caso à parte. A conjuntura econômica do destino levou ao fechamento de 2.893 empregos. Os pesquisadores atribuem a queda à pouca capacidade do governo de realizar investimentos e à onda de violência, que acaba por afastar o turista. Nos últimos 12 meses encerrados em abril, o estado perdeu 12.757 vagas formais. 

Queda do real pode gerar mais viagens domésticas

A CNC ainda deu algumas informações relacionadas à balanço de gastos de brasileiros no exterior e estrangeiros no Brasil. Nesse quesito, o saldo da conta turismo teve aumento do déficit (de US$ 2,18 bilhões para US$ 2,49 bilhões). Isso foi ocasionado pelo aumento das despesas dos viajantes nacionais em outros países (de US$ 2,97 bilhões para US$ 4,04 bilhões). Ao passo que as receitas dos gastos de turistas estrangeiros no Brasil aumentaram 6,55% (de US$ 1,60 bilhão para US$ 1, 71 bilhão). 

Para a Confederação, a recente elevação cambial desvalorizando o real (+10,95% de 25 de janeiro a 30 de abril) é a causa. Por esse motivo, os realizadores do estudo acreditam no redirecionamento de recursos das famílias com viagens internacionais para viagens domésticas nos próximos meses. 

(*) Crédito da foto: AracelyMitsu/pixabay