Com a chegada do verão, o Instituto Brasileiro de Turismo – Embratur espera para os próximos meses, um aumento de 11% no número de estrageiros que visitam o Brasil em relação ao mesmo período do ano passado. A previsão é otimista já que, mesmo com a Olímpiada e Paraolímpiada Rio 2016, o quadro econômico não foi dos melhores, em grande parte devido à crise que o País vivencia nos últimos anos.

Diversos setores já se preparam para atender a demanda turística estrangeira e nacional. Segundo o Ministério do Turismo, até outubro de 2016, os gastos dos turistas estrangeiros no Brasil alcançaram a marca de US$ 5 bilhões – 6,57% a mais em comparação com mesmo período de 2015. A estimativa é de que, entre dezembro de 2016 e fevereiro de 2017, os gastos acumulem um total de mais de R$ 6,5 milhões.

O setor aéreo, um dos mais afetados pelo encolhimento do mercado, está apostando no período para a recuperação dos baixos rendimentos obtidos em 2016. Assim, várias empresas reforçam a malha no intuito de atender a alta demanda impulsionada pela estação e pelas férias coletivas e escolares. O comércio também está esperançoso, já que a desvalorização do real e a instabilidade do dólar, fez aumentar o interesse do estrangeiro pelo Brasil como destino de férias.

De acordo com o estudo do MTur, Rio de Janeiro e Florianópolis (SC) lideram como destinos preferidos pelos visitantes que, na sua maioria, vem de países como Argentina, Chile e Estados Unidos. Dos 6,3 milhões de turistas estrangeiros que visitaram o Brasil em 2015, mais da metade veio da América do Sul e, entre eles, a liderança é a Argentina, que se concentra, em maior parte, na orla de Santa Catarina que, além das praias, atrai pela proximidade. Segundo o MTur, o fluxo de argentinos na capital catarinense deve ser por volta de 1,4 milhão – 25% a mais do que no último verão. O Estado está esperando nove milhões de turistas brasileiros e estrangeiros durante a temporada.

Turismo doméstico 
No entanto, alguns entraves como a falta de investimentos e divulgação no exterior ainda impedem o avanço do Brasil como destino de férias para estrangeiros. "O Brasil concorre com países caribenhos por suas paisagens naturais, porém não tem condições de oferecer a mesma qualidade em infraestrutura e competitividade nos preços. Com a crise, por exemplo, vários voos foram suprimidos e isso se reflete no valor das passagens repassadas ao consumidor", analisa Francisco Lobo, especialista no setor de milhas aéreas. O Brasil ocupa a 25ª posição no ranking de destinos mais procurados pelos norte-americanos atualmente.

Apesar disso tudo, o Brasil ainda está na 45ª posição no ranking de países que mais recebem visitantes estrangeiros. Segundo especialistas, países distantes como a África do Sul tem um índice mais elevado do que o Brasil, afastando a hipotése da distância dos maiores emissores como causa da baixa visitação. Por outro lado, o fluxo de viagens nacionais feitas pelos próprios brasileiros cresce e aquece o setor. Segundo o MTur, oito em cada dez pessoas optam por destinos nacionais para aproveitar o verão sem apertar o orçamento. Os dados apontam que serão realizadas mais de 73 milhões de viagens internas durante a temporada, movimentando cerca de R$ 100 bilhões na economia.

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* Crédito da foto de capa: Pixabay/nuno_lopes