Aberto ontem (23), o 35º Encatho e Exprotel, iniciou sua grade de palestras, abordando uma série de assuntos cruciais para elevar o desempenho do setor, garantindo boas experiências e mais segurança para os hóspedes. Um dos temas discutidos foi a segurança da informação, no painel intitulado Segurança da Informação na Hotelaria em Tempos de LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). O bate-papo foi mediado por Juarez Tavares, CEO da Magia Parks & Resorts. A conversa também contou com participação de Marco Antônio, diretor da AOPD (Associação dos Oficiais de Proteção de Dados), e Alexandre Medeiros, advogado e estrategista em Segurança da Informação

Abrindo a conversa, Medeiros mencionou o apagão cibernético ocorrido na última semana, que expôs a fragilidade na proteção dos dados em diversos setores, entre eles a hotelaria. “Os dados não são da empresa, mas sim do titular, e precisam ser tratados com muito cuidado. Eles precisam ser protegidos a todo custo”, disse. “As cadeias e regras de compartilhamento de dados precisam ser respeitadas. Temos uma quantidade significativa de informações legais que atuam justamente com esse objetivo de proteger os dados do consumidor”, acrescentou o executivo, ressaltando que a partir do momento em que o check-in é realizado, os colaboradores não precisam continuar tendo acesso aos dados.

Medeiros ressaltou importância da proteção de dados

Dando continuidade, Tavares reforçou que, atualmente, todos os programas de defesa do consumidor, além de órgãos do jurídico, estão aptos a fiscalizar possíveis violações de dados. “Ou seja, as pessoas precisam se enxergar como proprietárias dos dados e denunciar sempre que sentirem que suas informações foram vazadas”, analisou.

Antônio, por sua vez, endossou que uma prática importante que precisa ser adotada é questionar as empresas do porquê precisam dos dados pessoais dos clientes. “Em muitos casos, os colaboradores simplesmente não sabem, e isso aponta falhas de treinamento neste sentido”, explicou, acrescentando que os hotéis têm, hoje, riscos ainda maiores de sofrer violação, devido ao volume de dados que coletam. “Os incidentes cibernéticos acontecem todos os dias, por violações de confidencialidade dos dados, entre outros fatores”, reforçou.

Retomando sua fala no segundo painel do Encatho & Exprotel, Medeiros apontou que confiança e reputação valem mais do que qualquer estratégia, voltando a usar o apagão cibernético como exemplo. “Precisou apenas de repercussão para que Microsoft e CrowdStrike tivessem baixas em suas ações. Isso diz muita coisa”, comentou.

Liderança feminina em foco

Dando continuidade à programação do Encatho & Exprotel, o painel Jurerê In: o papel da liderança feminina no desenvolvimento turístico abordou o aumento da participação das mulheres na cadeia de turismo e hotelaria do destino catarinense. A conversa contou com participação de Salete Pereira, coordenadora de Sustentabilidade do Grupo Habitasul; Patrícia Pires, gerente geral do Jurerê Open; e Aksia Amorim, gerente geral do Jurerê Beach Village.

Salete celebrou importância da mulher na hotelaria

“No turismo, temos um cenário equilibrado em questões de gênero e cor atualmente. Como uma mulher negra, isso é muito significativo para mim”, pontuou Salete. “Temos uma agenda ESG muito importante, que aborda não só as questões de gênero, mas também promove diversas ações de sustentabilidade e tem objetivos muito bem definidos, como a certificação de hotéis lixo zero, que estamos buscando”, reforçou.

No bate-papo sobre representatividade feminina no setor, Aksia disse que o Grupo Habitasul possui programas internos para fomentar ainda mais a participação das mulheres na atuação dos hotéis. “Os colaboradores têm acesso a informações e capacitações. Assim, fomentamos a excelência no trabalho e reforçamos nossa política de representatividade, muito presente na parte social de nossa agenda ESG” , disse a executiva.

Patrícia, por sua vez, falou sobre a importância do reconhecimento para estimular as equipes. “Uma vez por mês, fazemos uma reunião para premiar e reconhecer o trabalho bem feito dos colaboradores. Assim, a equipe se une”, observou. “Com iniciativas como essa, a gente entra no universo do colaborador e, dessa forma, estimulamos a igualdade de gênero. Felizmente tem dado muito certo”, concluiu.

Ampliando a produtividade

Durante a programação da Encatho & Exprotel, foi apresentado o painel Como dobrar a produtividade do seu hotel. O bate-papo contou com participação de Alex-Sandro Souza, CEO da Tribuzana Marketing Hoteleiro; Vinicius Pavei, CTO da Asksuite; e Leonardo Silveira, diretor Comercial da Foco Marketing e Tecnologia.

O bate-papo foi iniciado com Souza destacando que, quando os hotéis trabalham com anúncios pagos, é preciso que o conteúdo do empreendimento esteja alinhado com o tema do anúncio para ampliar as chances de conversão. “Se o hotel não utilizar gatilhos cronológicos e de preço, dificilmente vai elevar as vendas. É preciso se utilizar desses recursos para dar ao cliente uma ideia de benefício e ganho”, complementou Silveira .

Bate-papo abordou estratégias para elevar resultados

Já falando em como converter viajantes em hóspedes, Pavei acrescentou que, quando se trata de canais de comunicação, o primeiro ponto a ser destacado é estar disponível no canal favorito do cliente. “Temos diversas gerações consumindo hotéis, e cada uma delas prefere um canal diferente. Mas um ponto em comum entre elas é que a maioria prefere fechar negócios pelo WhatsApp, o que direciona (e muito) as estratégias dos empreendimentos”, reforçou.

“Um ponto importante é que a maioria dos clientes fica transitando entre o WhatsApp e telefone, o que é um insight muito interessante para os hotéis”, completou o executivo. Durante o painel, ele pontuou que o WhatsApp pode e deve ser usado como canal de marketing. “Na Asksuite, as campanhas por WhatsApp convertem 80% mais em relação ao e-mail”, comentou. Na conversa, os três participantes concordaram que o upselling também é uma estratégia que pode aumentar o número de conversões.

“Muitas vezes, o site dos hotéis tem visitantes, mas o empreendimento não está vendendo. Então, em muitos casos, pode haver problemas na estratégia de atração do público. E as ferramentas automatizadas ajudam a corrigi-los”, finalizou Souza.

(*) Crédito das fotos: Lucas Barbosa/Hotelier News