CNC - endividamento das famílias_junho 2020Nível de junho é o mais alto de toda série histórica da confederação

Termômetro para a retomada, o nível de endividamento das famílias bateu recorde no país. Dados da Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) mostram que a proporção de famílias com dívidas chegou a 67,1%. É maior nível em toda série histórica da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), iniciada em 2010.

Além disso, o indicador apresentou aumento mensal de 0,6 ponto percentual e anual de 3,1 pontos percentuais. A nova alta no índice indica que as famílias estão demandando mais crédito, seja para pagar dívidas e despesas ou mesmo manter algum nível de consumo. A avaliação é de José Roberto Tadros, presidente da CNC.

“Apesar do contexto negativo em relação ao mercado de trabalho e à renda, a inflação controlada e a queda da taxa Selic são fatores que podem favorecer o poder de compra dos consumidores”, diz Tadros. “Além disso, as transferências emergenciais do coronavoucher também impactam positivamente a renda e o consumo, especialmente dos itens considerados essenciais”, completa.

CNC: perfil de endividamento

O número de famílias com dívidas ou contas em atraso chegou a 25,4% em junho, atingindo o maior nível desde dezembro de 2017.  Nas bases mensal e anual, o crescimento do indicador foi de 0,3% e 1,8% pontos percentuais, respectivamente. Em relação aos tipos de dívida, o cartão de crédito, apesar de leve recuo mensal, continua como maior vilão. Ao todo, 76% dos respondentes têm dívidas com essa modalidade.

Já o total de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes chegou a 11,6% – patamar mais alto desde novembro de 2012. O indicador também apresentou aumento mensal (+1 ponto percentual) e anual (2,1 pontos percentuais).
 
(*) Crédito da foto: shameersrk/Pixabay