Após a palestra de ABIH-SP e Airbnb, além do almoço, a programação do Expo Forum prosseguiu com a palestra O hotel do futuro já chegou: novos usos, novos modelos. Paulo Salvador, CEO da Modularis Inovação e Construção Offsite, e Roland Bonadona, sócio da Bonadona Hotel Consulting, conduziram a apresentação, que foi um grande bate-papo (e reflexão) sobre rumos para o setor hoteleiro,

Salvador abriu sua fala destacando que o hotel do futuro precisa ser analisado por dois prismas: oferta e demanda. No caso do segundo, a única certeza atual é que não se sabe de nada. “Hoje, diante dos efeitos da pandemia, é tudo em cima de tentativa e erro. No lazer, há resiliência maior, com o viajante fazendo suas escolhas com um booking window cada vez mais curto. No corporativo, contudo, as incertezas prosseguem”, comentou.

“Hoje, clientes querem um hotel que dê garantia de segurança. Embora não seja um critério determinante, é sem dúvidas uma questão muito importante na escolha do consumidor”, avalia Bonadona. “Agora, a maneira que os empreendimentos serão comercializados é outro fator de grande importância, com políticas de cancelamento flexíveis, por exemplo”, acrescentou Bonadona.

Expo Forum e a hotelaria futura

E do lado da oferta? Salvador diz que há três eixos importantes para desenhar esse hotel do futuro: flexibilização (da comercialização à ambientação); tecnologia embarcada (integrações em geral relacionadas ao hotel); velocidade; e design. “Os ciclos de mudança são cada vez mais rápidos e a hotelaria tem que acompanhar este movimento também”, avalia.

Já Bonadona pensa que o hotel do futuro não pode ser mais um local para apenas de hospedar. “Não podemos esquecer que um hotel é um ativo imobiliário e seus proprietários cada vez mais priorizam maior rentabilidade e valorização”, explica. Diante disso, investidores passaram a conceber o ativo imobiliário de outra forma, dando vários usos para esse empreendimento.

“O Selina, com acomodações, restaurante e coworking, é um bom exemplo desse movimento”, destaca Bonadona. “Essa combinação de uso ajuda na valorização do ativo e também facilita a vida dos usuários. Então, o hotel não será mais apenas lugar de dormir. Será também um local trabalhar, relaxar, comprar e se entreter-se. Modelos construtivos que dão essa flexibilidade, largam na frente”, completa.

(*) Crédito das fotos: Vinicius Medeiros/Hotelier News