Como grande parte dos empreendimentos hoteleiros, o Fairmont Copacabana se viu na berlinda para retomar suas atividades e elevar o número de reservas. Reaberto em setembro, o hotel de luxo da Accor remodelou sua estratégia, apostando em parcerias de peso do setor de entretenimento como principal chamariz de hóspedes de dentro e fora do Rio de Janeiro.

Nos últimos meses, a unidade localizada em endereço nobre de Copacabana vem apostando em shows e eventos para serem acompanhados das varandas dos apartamentos, como forma de manter as medidas de segurança e distanciamento social recomendadas. Em outubro, o Fairmont realizou o Rio Jazz Montreux Jazz Festival e, em novembro, promoveu uma edição reformatada do Baile da Favorita, com nomes conhecidos do funk.

“Muitos hóspedes procuram um produto de luxo e estão dispostos a pagar. A marca Accor nos ajuda nesse processo. Percebemos que a experiência tem que ser completa, então investimos muito na gastronomia, lifestyle, wellness e entretenimento”, conta Michael Nagy, diretor de Marketing e Vendas da unidade. “Indo nessa direção, nos unimos a outras marcas como o Baile da Favorita e Roda de Samba. Tudo foi estratégico, pois as pessoas ainda desejam vir ao Rio, mas existe a preocupação com a saúde e segurança”, complementa.

Nagy também explica que o público do Fairmont mudou. Antes da pandemia, 75% dos hóspedes eram oriundos de outros países, número que caiu drasticamente com as restrições de viagens. Para o diretor, foi uma forma positiva de estreitar laços com clientes nacionais e buscar novas formas de vender o produto. “A hotelaria estava confortável. Com o tempo, procuramos entender o que estava acontecendo no mercado brasileiro e mundial. Seguindo esse movimento global, nós sabíamos que o turismo doméstico seria prioridade”.

Operando com 50% de sua capacidade, o Fairmont optou por abrir mão da receita para preservar o bem-estar de hóspedes e colaboradores. “Foi outra decisão estratégica que tomamos, mesmo sabendo que iria impactar a receita. Desde o início, a Accor teve isso muito claro e estamos conseguindo proporcionar uma experiência da maneira correta. Temos hotéis no mundo todo e desde janeiro começamos a dar treinamentos sabendo que teríamos que encarar esse cenário”, comenta.

Fairmont Copacabana: destino Rio

Período superaquecido na capital fluminense, o Réveillon este ano será bem diferente do usual. Mesmo com o cancelamento dos shows e queima de fogos na praia de Copacabana, o Fairmont manteve sua comemoração. “Faremos nosso tradicional Ano Novo para 300 pessoas, com mesas menores para famílias. Os shows serão realizados na área da piscina, enquanto os hóspedes acompanham de suas varandas garantindo a segurança de ter uma experiência única”, salienta Nagy.

Para o verão, o empreendimento segue com sua programação em parceria com a Casacor, além de eventos focados em moda e gastronomia. “A preocupação com a segunda onda existe, mas o Rio não parou. Vamos seguir como um dos destinos mais procurados e alinhados para o retorno dos eventos e corporativo”, destaca.

Sobre 2021, o diretor prevê que o lazer ainda será o carro-chefe de demandas e, com a chegada da vacina, outros segmentos retornarão gradativamente. “A vacina vai nos dar mais segurança, que é o mais importante. Já observamos a volta do corporativo em algumas indústrias atuantes no Rio”.

(*) Crédito da capa: Peter Kutuchian/Hotelier News