Em levantamento apresentado em setembro, a FecomercioSP apontava perdas de R$ 7,3 bilhões no turismo, apenas para o mês de julho. No acumulado de janeiro a agosto, a entidade computou queda de 33,6% no faturamento do setor. O estudo foi feito pelo Conselho de Turismo a partir dos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Os resultados negativos foram puxados principalmente pelas viagens aéreas, com retração de -68,8%; e serviços de hospedagem e alimentação, com queda de -43,2%. No período analisado, o setor de turismo faturou pouco mais de R$ 70,4 bilhões. Em 2019, as receitas já estavam em R$ 106,1 bilhões nesta época do ano, o que representa um prejuízo de R$ 35,7 bilhões.

A redução no faturamento atinge cinco das seis áreas analisadas pelo levantamento: depois do transporte aéreo e dos serviços de hospedagem e alimentação, o pior resultado foi o de atividades culturais, recreativas e esportivas, que registra queda acumulada de 33,3% em 2020. A única área que se mantém com saldo positivo no ano é a de transporte aquaviário – menor em comparação às demais –, que registrou alta de 10,7% entre janeiro e agosto.

Considerando o acumulado dos últimos 12 meses, o recuo no faturamento do turismo brasileiro é de 21,1%, sendo maior entre as empresas de transporte aéreo: -29,8%. Em seguida estão os serviços de hospedagem e alimentação, com queda de 25,6% entre agosto de 2019 e o mesmo mês deste ano.

FecomercioSP: perspectivas

Apesar disso, o setor tem motivos para ficar mais otimista com os próximos meses: além da saída gradativa do isolamento, como se viu nos feriados nacionais de setembro e outubro, muitas operadoras de turismo brasileiras já têm pacotes fechados para o primeiro semestre de 2021.

Com a retomada de medidas de isolamento em países mais visitados da Europa, como França, Itália e Espanha, a Federação observa potencial na demanda doméstica.

No entanto, ressalta que os players do setor devem ser transparentes com seus clientes sobre as condições das viagens: informando sobre operações de restaurantes, comércio e serviços, assim como sobre a estrutura médica disponível em cada destino. Além disso, a queda no emprego qualificado entre as operadoras aumenta ainda mais a necessidade de manter um bom atendimento aos consumidores.

(*) Crédito da foto: geralt/Pixabay