A confiança do consumidor no Brasil apresentou sua segunda queda mensal consecutiva em novembro, após cinco altas consecutivas até setembro. Na avaliação da FGV (Fundação Getulio Vargas), as incertezas relacionadas à pandemia abalam a percepção da população sobre o momento atual e os próximos meses. As informações são da Reuters.

Medido pela FGV, o ICC (Índice de Confiança do Consumidor) recuou 0,7 ponto em novembro, a 81,7 pontos. Além disso, segundo a instituição, houve piora tanto na percepção sobre a situação atual, quanto nas expectativas para os próximos meses.

Dessa forma, ISA (Índice de Situação Atual) cedeu 0,6 ponto, a 71,8 pontos. Já o IE (Índice de Expectativas) recuou 0,9 ponto, para 89,3. “O resultado reflete o aumento da incerteza relacionada à pandemia e seu potencial impacto sobre a economia”, disse Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens, por meio de nota.

FGV: análise

Viviane destaca que fatores ligados ao desemprego podem ter influência decisiva na confiança do consumidor nos próximos meses. “Com o provável fim do período de benefícios emergenciais, muitos consumidores que perderam o emprego este ano devem retornar ao mercado de trabalho num momento em que as empresas ainda estarão adiando contratações ou demitindo, principalmente no caso de ocorrência de uma segunda onda de Covid-19”, destaca.

Nos primeiros meses da pandemia, o governo brasileiro custeou um auxílio no valor de R$ 600 para os chamados vulneráveis. A partir de setembro, o valor foi reduzido para R$ 300. Tais recursos foram responsáveis por trazer maior dinamismo para a economia, movimentando o varejo e o setor de serviços.

Publicamente, o presidente Jair Bolsonaro sempre tem alertado para o impacto da ajuda nas contas públicas brasileiras, dizendo que um dia esse suporte vai ter que acabar. Ainda assim, e pensando em 2022, Bolsonaro não descara prorrogação do auxílio emergencial.

(*) Crédito da foto: Charles Deluvio/Unsplash