De acordo com relatório divulgado pelo FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), o ICS (Índice de Confiança de Serviços) caiu 5,4 pontos em novembro, chegando assim a 93,7, menor nível desde março, quando o indicador atingiu 92,2 pontos. O indicador, que também recuou em outubro, acumula perda de 8,0 pontos nos últimos dois meses. No recorte trimestral, a retração é de 2,3 pontos, revela o InfoMoney.

Rodolpho Tobler, economista do FGV Ibre, afirma que a retração chama a atenção por seu comportamento disseminado nos dois horizontes temporais, entre os segmentos e pela magnitude da queda. “A desaceleração da atividade econômica no final do ano era esperada, mas não era clara no setor nos últimos meses, principalmente pela resiliência dos serviços prestados às famílias, que agora pioraram fortemente”, aponta.

Além disso, ele comenta que, apesar do término do ano eleitoral, fatores políticos passaram a ser muito citados como limitadores à melhoria dos negócios nos próximos meses, fator que eleva a incerteza do cenário no curto prazo e aponta para um ambiente macroeconômico delicado em 2023.

Outros dados

A queda no ICS em novembro também foi influenciada pela piora das avaliações das empresas sobre a situação atual, e principalmente, das expectativas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual caiu 3,1 pontos, atingindo 96,9, menor nível desde abril deste ano (96,0 pontos).

O resultado é creditado à deterioração de dois componentes do indicador de volume de demanda atual, que retraiu 2,9 pontos, para 96,6. O índice que mede a situação atual dos negócios, por sua vez, caiu 3,3 pontos, chegando a 97,1. O IE (Índice de Expectativas) caiu 7,5 pontos, para 90,7, menor nível desde abril de 2021 (88,7).

Contribuiu para este resultado a queda de dois componentes do indicador: demanda prevista para os próximos meses, que retraiu 6,3 pontos, para 91,5, e tendências nos negócios nos para os próximos seis meses, que despencou 8,6 pontos, chegando a 90,0, menor patamar desde abril do ano passado (89,6).

Segundo o FGV Ibre, a queda da confiança de serviços nos últimos dois meses é superior ao que o setor conseguiu acumular em 2022. Esse resultado também acontece em alguns dos principais segmentos, exceto no setor de informação e comunicação, que tem registrado desempenho positivo desde o início da pandemia. O segmento de serviços profissionais, prestados às famílias e de transportes puxaram a queda mais acentuada no último bimestre.

(*) Crédito da foto: TaylorDavidson/Unsplash