A FGV (Fundação Getulio Vargas) divulgou hoje (23) que o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor – Semanal) registrou desaceleração significativa, passando de 0,31% na segunda quadrissemana de agosto para 0,09% na terceira. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPC-S apresenta alta de 4,43%, como aponta o InfoMoney. Esse resultado coloca o índice próximo do limite da meta de inflação do governo, de 4,5%, o que deve influenciar as próximas decisões do Copom (Comitê de Política Monetária) em relação à taxa Selic. A expectativa é que, mesmo com a desaceleração observada, a taxa básica de juros possa ser elevada, impactando diretamente os custos de financiamento no setor hoteleiro.

A redução da taxa de variação do IPC-S foi impulsionada principalmente pelo grupo Educação, Leitura e Recreação, cuja taxa caiu de 1,58% para 0,52% no período. Dentro dessa classe, o item passagem aérea foi destaque, com uma variação de 2,50%, uma diminuição considerável em relação à alta de 8,09% registrada na leitura anterior.

Outras classes de despesa também apresentaram quedas em suas taxas de variação. O grupo Habitação viu sua taxa mudar de 0,15% para -0,16%, Transportes passou de 1,47% para 1,22%, Despesas Diversas caiu de 1,03% para 0,64%, Vestuário de 0,01% para -0,13%, e Comunicação foi de 0,18% para 0,16%. Para o setor hoteleiro, a queda de 0,99% nas tarifas de eletricidade residencial, dentro do grupo Habitação, é um alívio importante, considerando que a energia elétrica representa uma das maiores despesas operacionais do setor.

Além disso, a redução na variação dos preços da gasolina, que passou de 4,22% para 3,36%, pode impactar positivamente os custos logísticos de hotéis e resorts, que dependem de transporte tanto para o abastecimento, quanto para o serviço de traslado de hóspedes.

Avanços em Saúde e Alimentação

Em contraste, as classes de despesa Saúde e Cuidados Pessoais e Alimentação apresentaram aumentos em suas taxas de variação. A classe de Saúde e Cuidados Pessoais subiu de 0,01% para 0,07%, enquanto a Alimentação teve leve alta, passando de -1,04% para -0,99%. Dentro desta última, os itens artigos de higiene e cuidado pessoal e frutas destacaram-se com variações de -0,99% para -0,73% e de -0,67% para 1,85%, respectivamente. O aumento nos preços de alimentos, como as frutas, segue sendo uma preocupação para o segmento de Alimentos & Bebidas da hotelaria, que já enfrenta margens apertadas devido ao custo elevado de insumos.

A desaceleração no IPC-S reflete um comportamento geral de redução nos preços de diversos itens, embora alguns setores ainda apresentem aumentos significativos, especialmente em itens relacionados à saúde e alimentação.

(*) Crédito da foto: Pixabay