A confiança a cerca de um tratamento contra o Covid-19 aumenta a cada dia. Hoje (23), duas notícias positivas animaram os mercados. Primeiro, a farmacêutica britânica AstraZeneca anunciou que sua potencial vacina pode ser em torno de 90% eficaz contra o coronavírus. Já a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), do Rio de Janeiro, confirmou que o cronograma estimado para a produção de doses do produto da AstraZeneca seria de dezembro e janeiro. A disponibilização do imunizante por parte do instituto, por sua vez, ocorreria em março, após submissão a órgãos de vigilância sanitária brasileiro. As informações são da Reuters.

O Ministério da Saúde tem um acordo com a farmacêutica para adquirir doses da vacina e para a produção dela no Brasil pela Fiocruz. “Temos um cronograma que vai ser cumprido, a gente sempre diz que pode adiantar um pouquinho, pode atrasar um pouquinho”, disse Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde do instituto, à GloboNews.

“Estamos desde o início prevendo o início da produção da Fiocruz em dezembro, janeiro, com a submissão do registro. Já a partir de março temos essas doses”, afirmou. “A boa notícia é que nós teremos um pouquinho a mais de doses, cerca de 30% de cidadãos a mais poderão ser vacinados”, acrescentou ao canal de televisão a cabo.

Fiocruz e a vacina

A vacina da AstraZeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford, foi 90% eficaz na prevenção da Covid-19 quando administrada em meia dose. A aplicação da dosagem completa seria ministrada pelo menos um mês depois. A conclusão é baseada em dados do estudo clínico em estágio avançado realizado no Reino Unido e no Brasil. Em ambos os casos, não foram identificados nenhum efeito colateral grave

A eficácia da vacina dependeu da dosagem. Ela caiu, por exemplo, para 62% quando aplicada em duas doses integrais, em vez de meia dose na primeira inoculação. Cientistas alerta, contudo, que este fato não a torna menos útil do que os imunizadores desenvolvidos por Pfizer e da Moderna, que evitaram 95% dos casos.

“A eficácia e segurança dessa vacina confirmam que ela será altamente efetiva contra a Covid-19 e terá um impacto imediato nesta emergência de saúde pública”, disse Pascal Soriet, presidente-executivo da AstraZeneca, em comunicado. A farmacêutica terá 200 milhões de doses da vacina até o final deste ano, com 700 milhões de doses prontas globalmente até o final do primeiro trimestre de 2021.

(*) Crédito da foto: Dado Ruvic/Reuters