Linha de crédito - PMEs_Pedro GuimarãesGuimarães falou sobre os R$ 600 que serão repassados aos informais

O governo federal anunciou hoje (27) linha de crédito emergencial para pagamento de salários das chamadas PMEs (Pequenas e Médias Empresas). Com recursos totais de R$ 40 bilhões, divididos por dois meses, o programa obriga os pequenos negócios a não demitir colaboradores no período. Estimativas do BC (Banco Central) apontam que o projeto tem potencial para atingir 12,2 milhões de trabalhadores. Muitos hotéis podem se beneficiar, acalmando os ânimos após a decepção com a MP 927.

A linha de crédito foi anunciada em coletiva encerrada agora há pouco, em Brasília. Além do presidente Jair Bolsonaro, participaram do evento Roberto Campos Neto, Pedro Guimarães e Gustavo Montezano, presidentes do Banco Central, da Caixa e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), respectivamente.

A linha de crédito é destinada para empresas com faturamento anual de R$ 360 mil a R$ 10 milhões. O governo acredita que um contingente de 1,4 milhão de pequenos negócios pode participar do programa.  A PMEs que contratarem o serviço terão seis meses de carência, além de outros 36 para pagar o empréstimo. 

Segundo Campos Neto, embora a dívida seja da empresa, os recursos cairão diretamente na conta do trabalhador. A faixa máxima de salário abrangida no programa é de dois salários mínimos (R$ 2.090). “Se o empregado ganha cinco salários mínimos, nós garantimos apenas dois. Fica a critério da empresa complementar valores acima disso”, esclareceu.

Linha de crédito: operação engenhosa

Já Montezano explicou que o Tesouro, bancos públicos e privados participam da operação financeira que viabiliza o programa. “É algo bastante inovador e que pode servir de exemplo para outros países”, assegura. “São quatro participantes: Tesouro, BNDES, Banco do Brasil e bancos privados. O Tesouro aplica os recursos e nós os operamos, repassando-os aos bancos privados, que ainda vão botar 15% do montante total do programa do próprio bolso”, completou Montezano, destacando que são as instituições privadas que muitas vezes atendem às PMEs e que, por isso, integram a engenharia financeira montada.

O programa, contudo, depende de envio de decreto ao Senado e aprovação por parte dos parlamentares. Na visão dos presidentes dos bancos, em duas semanas os recursos já estarão à disposição dos empresários. “É importante ressaltar que o programa tem zero spread, ou seja, é a alíquota da Selic, de 3,75% ao ano. Esse empresário não encontrava condições tão boas no mercado”, comentou Campos Neto.

(*) Crédito das fotos: Reprodução de TV