pibEm março, as projeções eram de alta de 0,02%

Com os efeitos do coronavírus cada vez mais nítidos na economia, e no turismo, o governo federal vai revendo números e projeções. Hoje (13), o Ministério da Economia revisou para baixo a estimativa para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2020. Agora, a aposta da equipe econômica é de contração de 4,7%, contra alta de 0,02% divulgada em março.

Para corroborar essa perspectiva, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia divulgou, também hoje, nota com um olhar negativo para o cenário de curto prazo no país. Segundo o comunicado, os primeiros choques adversos do coronavírus sobre a economia, associados principalmente à deterioração do quadro externo, estão sendo seguidos por um segundo período de aprofundamento da crise, previsto para se encerrar em julho, que afetará quase todos os setores da economia.

“Ao final do Período 2, as contas públicas estarão deterioradas, o desemprego terá atingido parcela expressiva da população brasileira e teremos redução no número de empresas, decorrente de um grande número de falências e desistências”, diz o texto da secretaria, ao resumir o impacto econômico das medidas de distanciamento social.

Segundo o ministério, “não há como evitar o choque recessivo”, mas a expectativa é que as medidas de estímulo econômico e auxílio anunciadas pelo governo possam facilitar o processo de recuperação. A secretaria prevê que a retomada começará em agosto, devendo se estender ao longo de 2021, informa a Reuters. Mais ainda, diz a nota, o quadro econômico imporá uma escolha política ao país: avançar ou não nas reformas econômicas.

“Nesse momento, é fundamental o rápido retorno à agenda de reformas pró-mercado: consolidação fiscal e combate à má alocação de recursos”, defende o texto. “A agenda de reformas, centrada na preservação do teto dos gastos, é a garantia de que a trajetória da dívida pública será decrescente e sustentável.”

PIB e mais dados

No boletim Focus mais recente, economistas ouvidos pelo Banco Central pioraram sua expectativa para o PIB neste ano a uma contração de 4,11%, contra queda de 3,76% antes. Já o FMI (Fundo Monetário Internacional) previu, em abril, retração de 5,3% para o Brasil em 2020, enquanto o Banco Mundial estimou recuo de 5%.

Além de nova estimativa para a atividade econômica, o governo fez novas projeções para outros indicadores macroeconômicos. Para a inflação medida pelo IPCA, a perspectiva agora é de alta de 1,77% em 2020, ante análise anterior de 3,05%.

(*) Crédito da foto: geralt/Pixabay