Fechado desde 2019, o tradicional Hotel Tropical, em Manaus, agora tem um novo dono definitivo. Após leilão virtual realizado semana passada, o Grupo Fametro arrematou o empreendimento por pouco mais de R$ 91 milhões. Este é o segundo pregão da propriedade apenas neste ano. No primeiro, em fevereiro, as três empresas que fizeram oferta de compra do complexo desistiram da aquisição.

No leilão de fevereiro, o vencedor não pagou o valor acordado de aproximadamente R$ 260 milhões. Com isso, a segunda melhor oferta, da Geretepaua Engenharia Ltda, foi chamada para arrematar o imóvel. A empresa, contudo, alegou motivo de força maior e disse que os efeitos econômicos da pandemia tornaram sua proposta insustentável. Como a terceira colocada na contenda, a Nyata Serviços Financeiros LTDA/Agropecuária Brilhante LTDA, também não pagou o lance dado, um novo pregão foi definido pelo juiz.

Inaugurado nos anos 1970, o Hotel Tropical integrava o Grupo Varig, principal empresa aérea do país à época. A falência da companhia acabou levando junto o empreendimento, que tem 611 apartamentos e é um dos mais reconhecidos de toda Região Norte. A propriedade, segundo informação do novo dono, acumula dívidas que somam mais de R$ 20 milhões, boa parte trabalhista.

Hotel Tropical: novos donos

Em post nas redes sociais no dia 12 de novembro, o Grupo Fametro anunciou o arremate do hotel por R$ 91.075.100,00. “Hoje, a Fametro começa a reescrever a história do turismo no Amazonas com as benções de Deus! Vamos restaurar a história desse grande hotel símbolo da nossa cidade”, declarou Maria do Carmo, reitora da Fametro, nas mídias sociais.

No dia seguinte, a instituição de ensino superior privado realizou uma coletiva de imprensa para explicar os planos para o hotel. A ideia, claro, é recuperar o Hotel Tropical e operá-lo. Mais ainda, a Fametro confirmou que pretende usar a propriedade como um laboratório de aprendizagem e estudo para alunos. “Nós não temos dúvidas que o hotel vai servir de laboratório para as práticas dos cursos da Fametro como Turismo, Gastronomia, Nutrição, Educação Física. O zoológico será acompanhado pela nossa Medicina Veterinária”, disse Cinara Cardoso, vice-reitora, na coletiva.

Sobre a operação do hotel, o Grupo Fametro não deu prazos para a reabertura. Sabe-se, contudo, que os investimentos na reforma não devem ser pequenos. Segundo a empresa, será realizado um estudo técnico para avaliar o que será aportado para a restauração do patrimônio. “O nosso interesse é colocar o hotel em funcionamento o mais breve possível. Inicialmente, precisamos fazer uma avaliação profunda e daí a necessidade da contratação de uma empresa especializada para fazer essa avaliação a fim de, no prazo mais curto possível, ter um diagnóstico de quanto e quando será possível colocar o hotel em operação novamente”, comentou Leandro Lins, diretor Financeiro da instituição.

Vale destacar que, como ocorrerá no leilão do Hotel Blue Mountain, o Grupo Fametro assume a propriedade sem nenhum débito. “As pessoas que têm créditos a receber vão receber da massa falida com os valores que serão depositados. A Fametro não assume nenhuma dívida, seja Trabalhista, Fiscal, Cível ou de qualquer natureza”, explicou Antônio Júnior, advogado da instituição de ensino.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Hasta Pública