Mônica Paixão é diretora geral do Le Canton desde o início de 2016

Mônica Paixão, hoje diretora geral do complexo hoteleiro Le Canton, em Teresópolis, Rio de Janeiro, fala de suas experiências com orgulho. "Ingressei na hotelaria no antigo Le Meridian porque tinha facilidade com o inglês. Acabei me apaixonando, passando por outras vivências incríveis e construindo uma boa trajetória nesse mercado". O momento decisivo para essa fala orgulhosa ocorreu há 30 anos, quando descobriu a atividade profissional que fazia mais sentido para alguém tão interessado em lidar com pessoas.

Com formação em Economia e em Relações Públicas a jornada nos saguões de hotel foi, aos poucos, ganhando predileção da profissional que encontrou nas empresas onde trabalhou o incentivo que precisava para seguir no ramo. "O Le Meridian, que foi o primeiro hotel no qual trabalhei, investia muito nos funcionários e no crescimento deles. Isso foi fundamental para mim", lembra. Sempre atuando no Rio de Janeiro, sua cidade natal, ela ainda passou por Ipanema Plaza Hotel e Hotel Santa Teresa antes de chegar à casa onde está hoje. "Cada uma dessas experiências teve alta importância e ensinamentos enriquecedores".

Em todos os hotéis citados no currículo de Mônica, os papéis de liderança são o destaque. No Le Meridian saiu como gerente de Recepção, no Ipanema Plaza (onde ficou por 11 anos) foi gerente geral e no Santa Teresa foi diretora. Tanta prática a ensinou a lidar com equipes e com a sempre desafiadora missão de liderar. "Trabalhar na hotelaria é lidar com pessoas o tempo todo. Primeiramente com nossos colaboradores, depois com clientes, fornecedores, mídia, clientes intermediários e assim vai. É essencial entender que essa é nossa rotina", comenta.

Para dar conta dessa multidão de relacionamentos e contatos, a formação em Relações Públicas foi de importância inquestionável, segundo relata a própria diretora. "Minhas duas formações foram importantíssimas para desenvolver o trabalho durante esses anos. A Economia me auxiliou nas questões de prestação de contas, de melhorar rentabilidade e perfomance. Já o RP contribuiu na forma como aprendi a me relacionar, interagir e dividir o tempo com as pessoas".

Formada em Economia e Relações Públicas, a executiva tem longa jornada no setor

Escolada em construir estratégias e deteminar a conduta que sua equipe deve adotar, a carioca acredita que qualquer profissional que esteja em posição de liderança precisa saber ouvir e assimilar o que seus pares lhe apontam. Analisando sua própria postura como líder ela aponta que as maiores virtudes são elementos como reconehcimento, incentivo, valorização, acessibilidade e a busca incessante em tratar os acontecimentos de maneira justa.

"Acho importante manter a equipe sempre motivada e confortável para me procurar caso tenha alguma ideia ou crítica", diz. A valorização dos colaboradores que formam suas equipes é uma tecla batida à exaustão pela diretora. O valor dado aos comandados é o que orienta a relação desde o momento da contratação e é por isso que ela rechaça uma citada máxima desse mercado: a falta de mão de obra qualificada. "Costumo formar equipes que ficam comigo por muito tempo e motivadas. Não concordo com essa corrente que critica a qualidade da mão de obra que a hotelaria tem".

A análise vem de alguém que há anos atua numa das principais praças da hospitalidade no País e que passou por momentos de mudanças significativas, tanto na forma como o mercado se desenha, quanto em termos operacionais. E, sobre as mudanças que experimentou com o passar do tempo, Mônica aponta a automatização para controle de dados e a comunicação como o que mais faz diferença no cotidiano, principalmente para quem tem que se ausentar do meio de hospedagem mas permanecer atento ao que ocorre.

Localizado em Teresópolis, o Le Canton apresentou novas áreas ao longo do ano

"É claro que os cargos de diretoria exigem que estejamos mais tempo distantes da operação e a maneira como a tecnologia evoluiu na comunicação minimiza as distâncias e nos aproxima da realidade da operação. A facilidade de meios de comunicação que existe hoje facilita muito e permite que a gente possa conferir como o hotel está rodando no momento que quisermos. Mas sempre tive gerentes operacionais muito confiáveis, o que também tranquiliza quanto a qualquer problema que possa ocorrer", conta.

No Le Canton
Desde janeiro de 2016 no Le Canton, a executiva tem na casa atual uma missão diferente das que enfrentou antes. Acostumada a hotéis característicamente corporativos, ela encontrou no empreendimento de Teresópolis um resort com forte apelo de lazer e eventos. E aí mora mais um desafio na sua trajetória. "Realmente é um mercado diferente e que me obrigou a trabalhar com um fator que não estava acostumada: a sazonalidade. Mas temos feito um bom trabalho e alcançado resultados excelentes", pontua com a experiência de quem está há quase dois anos na casa nova.

Para vencer o entrave dos períodos de alta e baixa teporada, típicos no mercado de resorts, toda a experiência adquirida em momentos anteriores foram empregadas. "Em resorts não temos o privilégio de contar com uma ocupação linear o ano todo e por isso é preciso usar a inteligência e lidar com essa oscilação que vai existir. O que a gente faz no Le Canton é tirar proveito do nosso público, majoritariamente nacional, e incentivar a visitas em períodos onde a procura é menor", revela.

O outro mecanismo citado pela executiva é a atração de eventos de cunho empresarial vindos de todo o Brasil mas principalmente da região Sudeste.

Empreendimento agora está representado comercialmento na capital fluminense

A tática tem funcionado graças a uma mudança estratégica que ocorreu este ano. A diretora deslocou o escritório de Vendas para a capital fluminense a fim de aproximar o meio de hospedagem do público que mais o consome. "Foi uma alteração que nos trouxe mais dinamismo, velocidade e visibilidade", argumenta.

A estretágia de mudança parece ter funcionado e 2017 tem sido um ano de resultados positivos. "Atingimos o previsto e o ano tem sido bom. Estamos meio na contra-mão da crise. Em alguns momentos da temporada tivemos os três hotéis do complexo com 100% de ocupação e para nós isso é motivo de orgulho, graças ao nosso trabalho, foco e planejamento". 

* Fotos: divulgação/Arteiras Comunicação