Ao final de um longo dia de debates intensos no Hotel Trends Orçamentos 2025, os especialistas se reuniram para discutir o caminho rumo à otimização de resultados em grandes redes hoteleiras. Na última atividade do encontro, Henrique Campolina e Pedro Cypriano, da Noctua Advisory, mediaram a palestra Margem de resultados: para onde direcionar a gestão? para compreender a otimização de resultados em grandes redes.

Do ponto de vista do investidor, o hotel deve trazer o melhor dos resultados alinhado com as receitas. Veridiana Furtado, VP de Asset Management da AccorInvest, pontuou que há hotéis que fazem poucas movimentações, mas que realizam boas análises do começo ao fim para fazer um bom investimento em cada ação realizada no empreendimento. “A cultura corporativa e a capacitação dos colaboradores também se faz importante, enfatizando que é uma gestão de resultados e não apenas de receitas”, comentou a executiva.

A reforma estrutural em qualquer hotel deve ser considerada de acordo com a concorrência e com o potencial de atração, aponta Veridiana. “É sair um pouco do óbvio e experimentar os mixes de oportunidades”, acrescentou. Para Flávia Lorenzetti, CEO da B&B Hotels Brasil, o cruzamento de dados para um investimento inteligente gera resultados positivos tanto na diária média, quanto na experiência do cliente.

Rodrigo Reali

Bom investimento é garantia de retorno, apontou Reali

Rodrigo Reali, vice-presidente sênior da HSI, afirmou que a meta da empresa é entregar o melhor produto ao cliente. “Devemos analisar bem, porque o dinheiro investido deve ser retornado de alguma forma”, ressaltou.

Taxa de retorno e rentabilidade

Ao ser indagada por Campolina sobre a rentabilidade por metro quadrado, Veridiana apontou que a missão da AccorInvest é mostrar para os gestores que um bom planejamento, do início ao fim, deve ter uma visão mais ampla, ou seja, a longo prazo. “Pensar nas formas de distribuição de no público que quero atrair com o empreendimento é mais rentável para qualquer projeto”, enfatizou.

Entre as prioridades para 2025, Veridiana afirmou que a diária média e a ocupação são focos, apesar da estagnação. Portanto, mudar os olhares para receitas adicionais e A&B (Alimentos e Bebidas) é uma ação prevista para a empresa em 2025. Para a B&B, por sua vez, cada metro quadrado é valioso e, por isso, a incorporadora está buscando atrair parceiros que estejam disponíveis a pagar aluguéis pelos espaços.

Já para a HSI, é importante alinhar a tecnologia com os objetivos, como totens que facilitem check-in e check-out, além da produtividade, que foi prejudicada pela pandemia. “Precisamos ouvir bastante os operadores para compreender como podemos investir corretamente e que gerarão receitas”, aponta Reali.

Hotelaria econômica

Cypriano questionou os participantes sobre as margens de resultados para hotéis econômicos, visto que houve uma disparidade de crescimento entre os dois segmentos de hotelaria, e Veridiana respondeu que depende muito das tarifas públicas. “Há um ganho de clientes pelos hotéis econômicos quando há uma vida ativa na cidade independente do corporativo, ao contrário do midscale, que é mais atrativo para o corporativo pela proximidade de preços. É preciso que o setor reveja suas operações e repense, sem medo de se arriscar, para ousar e sair a frente da economia”, finalizou a executiva.

(*) Créditos da fotos: Bruno Churuska/Hotelier News