A hotelaria se depara com um cenário promissor para 2025, mas, ao mesmo tempo, repleto de desafios estratégicos. Em meio a um mercado aquecido, com receitas globais previstas para alcançar US$ 446,5 bilhões em 2024 e projeções de crescimento anual de 3,32% até 2028, de acordo com a Benchmarketing Consulting, os principais players da indústria buscam se adaptar a novas demandas e consolidar práticas de eficiência operacional, sobretudo em termos de rentabilidade e inovação tecnológica.

Entre as principais tendências discutidas para 2025, destaca-se o crescente uso de tecnologias de dados. Mais de 74% dos hotéis já utilizam análise de dados para melhorar processos de decisão, segundo a pesquisa Hospitality Technology, divulgada em 2023. Essa tendência representa um avanço em relação aos anos anteriores, mas também expõe o setor à necessidade de equilibrar o uso de dados com a essência do atendimento personalizado.

Com informações abrangendo preferências detalhadas dos hóspedes, desde hábitos de consumo até padrões de reservas, a indústria vê na análise de dados uma ferramenta essencial para personalizar experiências e potencializar a satisfação do cliente.

O desenvolvimento da regulamentação do home sharing também segue em pauta. Com a demanda crescente por acomodações alternativas, o mercado enfrenta a complexidade de integrar apartamentos fora do pool de hotéis em modelos mais tradicionais de hospedagem. Essa tendência, aliada à expansão do turismo de lazer e ao comportamento do turista corporativo, traz novos desafios para os gestores, que precisam de estratégias eficazes para captação e fidelização de clientes.

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Outro ponto crucial para 2025 é a necessidade de aprimorar a segurança digital na indústria hoteleira. Contratos desiguais e fraudes são obstáculos frequentes para a cadeia de distribuição, e as novas tecnologias de segurança vêm sendo adotadas para mitigar esses riscos. Contudo, o setor ainda demanda relatórios de performance que garantam uma cobertura mais ampla do mercado, facilitando a visibilidade e a confiabilidade dos dados.

Mais tendências

No Brasil, com a provável fim do Perse (Programa Emergencial de Suporte a Empregos), o desafio de manter a rentabilidade dos hotéis se intensifica. Embora ainda haja espaço para crescimento da diária média e, consequentemente, do RevPar, preparar um orçamento sustentável para 2025 se torna ainda mais essencial.

A análise de rentabilidade também ocupa posição central nas discussões sobre meios de pagamento, como o VCN (Virtual Card Number), que tem se mostrado vantajoso para o setor. Essa solução tecnológica oferece maior eficiência no faturamento, ao mesmo tempo em que reduz riscos de fraude. O uso do VCN, cada vez mais comum, aponta para uma oportunidade de melhorar a gestão financeira nas viagens corporativas, consolidando novas práticas entre parceiros da rede hoteleira.

Esses insights foram tema de um encontro recente de profissionais do setor promovido pela HSMAI Brasil. Chamado de Roundtable de Revenue Managers, o evento foi realizado no início de outubro e liderado por Gabriela Otto, presidente da HSMAI para o Brasil e a América Latina. A ideia era debater as principais perspectivas para o setor, destacando as transformações nos meios de pagamento, e a necessidade de relatórios de performance robustos para o mercado.

À medida que a hotelaria avança para um cenário cada vez mais orientado por dados, despontam oportunidades para os estabelecimentos que souberem utilizar essas ferramentas de forma estratégica. No entanto, o setor precisará alinhar a inovação tecnológica com uma abordagem humanizada, mantendo o foco na experiência do cliente e na gestão eficiente de recursos.

(*) Crédito da capa: davidlee770924

(**) Crédito do infográfico: HSMAI Brasil