O aumento do turismo feminino no Brasil tem refletido uma tendência de autonomia e empoderamento, com 15% das mulheres optando por viajar sozinhas no último ano, de acordo com uma pesquisa do Hurb. O Ministério do Turismo, em parceria com a ONU Mulheres, busca desenvolver iniciativas para garantir mais segurança e combater a violência contra turistas solo. Esse movimento acompanha uma tendência global, onde destinos como Munique e Madrid lideram a lista de melhores cidades para viajantes femininas, enquanto outras enfrentam desafios em relação à igualdade de gênero e segurança.

Em meio ao crescimento das mulheres que viajam sozinhas, o governo brasileiro tem se mobilizado para garantir uma experiência mais segura. Ana Carla Lopes, secretária executiva do Ministério do Turismo, destacou a importância de combater a violência e criar um turismo mais inclusivo.

A parceria entre o Ministério e a ONU Mulheres visa produzir materiais educativos e promover treinamentos específicos para profissionais do setor, a fim de assegurar uma melhor acolhida às turistas. A iniciativa faz parte da ação federal “Brasil Sem Misoginia”, que tem como foco principal a proteção das mulheres em diversos âmbitos, incluindo o turismo.

Além das políticas públicas, o estudo da InsureMyTrip destaca que o Brasil não está sozinho na busca por uma melhor experiência de viagem para as mulheres. As cidades mais seguras para essas viajantes foram apontadas como Munique, Madrid e Londres, onde fatores como segurança, igualdade de gênero e qualidade de vida são mais fortes. Por outro lado, destinos como Kuala Lumpur e Déli foram considerados menos seguros devido aos baixos índices de proteção contra ataques de gênero e discriminação.

Crescimento do turismo feminino e seus desafios

Com o aumento da presença feminina no turismo, as mulheres também se deparam com desafios, especialmente em relação à segurança. Para enfrentar essa realidade, medidas preventivas têm sido incentivadas, como a escolha de destinos seguros e a adoção de práticas de viagem que minimizem riscos. O Ministério do Turismo do Brasil tem se concentrado em alinhar suas iniciativas com práticas globais de segurança, capacitando profissionais do setor a oferecer um serviço mais atento às necessidades das mulheres.

Os dados apresentados pelo Hurb reforçam essa expansão: o público feminino representa 57% dos clientes da empresa, e cerca de 18,4% das vendas de pacotes de 2023 foram destinadas a mulheres que viajaram sozinhas ou em grupos pequenos. Essas cifras evidenciam uma mudança no perfil do turista e a necessidade de adaptação por parte dos destinos turísticos.

Um mercado em crescimento com foco na segurança

O crescimento do turismo solo feminino, tanto no Brasil quanto no exterior, abre espaço para novas estratégias de marketing e aprimoramento dos serviços. A preocupação com a segurança, no entanto, permanece central, exigindo um trabalho conjunto entre governos, empresas e organizações internacionais. Em um cenário onde as mulheres buscam cada vez mais liberdade e autonomia em suas viagens, assegurar que elas possam explorar o mundo sem receio se torna uma prioridade do setor.

Com iniciativas que promovem a capacitação e o desenvolvimento de políticas voltadas às viajantes, o Brasil se alinha a um movimento global que busca valorizar a experiência turística feminina, criando um ambiente mais seguro e acolhedor. As perspectivas para os próximos anos indicam que, com o avanço dessas políticas e o fortalecimento de parcerias estratégicas, como a estabelecida entre o Ministério do Turismo e a ONU Mulheres, o turismo solo feminino continuará a crescer, oferecendo mais oportunidades e uma experiência cada vez mais positiva.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Hurb