Carolina Haro, apresentou os números levantados pela Phocuswright
(foto: Filip Calixto)

Conceito em evidência no cenário mundial de prestação de serviços, a economia compartilhada é também assunto dentro dos negócios do turismo. O tema, que está baseado em três pilares – mercados de redistribuição, lifestyles colaborativos e sistemas de produtos e serviços – foi o alvo de uma recente pesquisa da Phocuswright, que deu publicidade ao levantamento em meio as as atividades da WTM-LA (World Travel Market Latin America). Na apresentação do material, os pesquisadores apontaram o impacto de ações nesse sentido dentro do mercado de viagens e mostraram empresas que tornaram notória a utilização do método.

Carolina Haro, da Mapie e responsável por representar no Brasil a organização realizadora do estudo, exemplificou a temática com um caso emblemático: o Airbnb, que vem prosperando oferecendo o resumo do que é o negócio colaborativo. A palestrante lembrou que a primeira empresa do segmento a atuar no Brasil foi a Home Away, que abriu as portas para que o filão começasse a ser explorado em maiores escalas – atualmente, a plataforma com maior capilaridade em locação de imóveis no Brasil tem dois milhões de ofertas ativas e a Booking é um exemplo de companhia que vende hotéis e agora também está na competição de aluguéis por temporada.

"Há uma tendência de integração entre aluguel de residências e distribuição hoteleira na mesma ferramenta", afirma a palestrante. O apontamento feito por ela ganha argumentos ainda mais fortes com os números oriundos da pesquisa apresentada. Os dados apontam para a criação de um estilo de viajante que considera tanto a possibilidade de hotel como a de imóvel alugado e decide-se baseado em critérios particulares variados. "40% dos clientes que responderam ter escolhido as plataformas de aluguel estavam considerando ficar em hotéis midscale e 35% ficariam em algum meio de hospedagem luxuoso. Somente 5% dos pesquisados consideraram apenas a possiblidade de imóvel", apontou Carolina.

Os percentuais são flagrante que, ao menos na fase de escolha, os apartamentos e casas alugadas são concorrentes diretos dos hotéis. Sendo assim, o que interessa saber é o que influencia a escolha de um imóvel em detrimento de um quarto hoteleiro. O relatório mostra que as principais razões de decisão são: privacidade, espaço, liberdade, amenidades domésticas, a possibilidade de levar mais amigos, nessa ordem. A questão de tarifas aparece como pouco relevante para os viajantes; 34% dos pesquisados disseram escolher baseados no preço.

Entre outros aspectos, o relatório ponderou também a importância das gerações ou da idade e descobriu que os millenials ainda são a maior parte dos locatários mas o índice de pessoas mais velhas não para de crescer. Outra impressão desmentida foi a preponderância do lazer. "Dentro do Airbnb, por exemplo há uma aba especialmente criada para clientes corporativos, que também estão abandonando os hotéis em alguns casos.

Airbnb e hotéis
Segundo Carolina, o êxito do Airbnb nos últimos anos está baseado em diretrizes muito firmes como criação de uma comunidade de viajantes que se relacionam entre si e o fortalecimento da relação entre anfitriões e viajantes. A beleza estética do site, com ênfase nas imagens; a facilidade de navegação no website com simplicidade no processo de compra são outros elementos fundamentais.

Para os hotéis, a orientação é explorar ao máximo as facilidades que só ele pode oferecer. Apostar no atendimento, nos serviços e nas instalações podem ser fundamentais para influenciar no processo de decisão do cliente.

Serviço

www.wtmlatinamerica.com

www.phocuswright.com