
O último painel da HSMAI Strategy Conference, intitulado A era da hospitalidade inteligente, abordou temas centrais para o futuro da hotelaria, como IA (Inteligência Artificial), automação e análises preditivas.
A discussão reuniu Ricardo Souza, Growth Leader da Lighthouse para México, América Latina e Caribe; Beto Sobrinho, Solution and Business Manager Farmer – Hotels and Food Service da TOTVS; Gustavo Henrique Kronemberger, consultor de hotelaria e ex-head de TI do Palácio Tangará; com moderação de Renata Carreira, diretora na Host Hotel Systems.
Abrindo a conversa, Kronemberger comentou sobre a chegada da IA ao setor no Brasil. “Já é uma realidade, com algumas empresas operando de forma mais robusta, outras ainda dando os primeiros passos e entendendo as mudanças no cenário. É um recurso que chegou para ajudar. Precisamos entender isso”, afirmou.
“Mas não se trata só de fornecer comandos. É preciso ter disponibilidade para treinar o algoritmo e obter resultados mais precisos”, complementou.
Impacto no setor
Sobrinho destacou que a integração com a IA é necessária, mas ainda enfrenta o desafio de times fragmentados. “Hoje, os hotéis têm um especialista para cada área, e isso dificulta um pouco na hora de integrar”, observou.
Segundo ele, acompanhar o movimento do mercado é fundamental, e decisões mais assertivas dependem da adoção dessas novas tecnologias. “Quando se fala em sistemas, a hotelaria vê como gasto e não como investimento. A IA mostrou que não há mais o que fazer: quem não integrar vai ficar para trás”, completou.
Souza reforçou que a IA demanda grande volume de dados para que integrações funcionem com eficiência. “Em muitas vezes, existem sistemas muito bons, mas que não conversam entre si. O mercado brasileiro tem, neste momento, diversas dificuldades neste sentido, porque as bases de dados estão descentralizadas”, explicou.
O executivo acrescentou que, nos próximos anos, o consumo de dados será tão intenso que as ferramentas indicarão com precisão estratégias de precificação. “Claro, a IA não irá substituir o humano, mas será uma grande aliada. Não se trata de substituir pessoas, mas de treiná-las para que elas, por sua vez, treinem esses recursos tecnológicos”, disse.

Ao encerrar sua participação na HSMAI Strategy Conference, Souza ressaltou que o processo de adaptação ainda é desafiador. “Vemos muitas redes globais entrando nesse novo modelo, mas sem saber muito bem o que fazer. É preciso direcionar bem para tornarmos a hospitalidade verdadeiramente inteligente”, concluiu.
O painel evidenciou que a IA já deixou de ser tendência para se tornar parte estruturante da operação hoteleira. Embora desafios persistam — da fragmentação de equipes à falta de padronização de dados — o consenso entre os especialistas é claro: a tecnologia será protagonista na tomada de decisões, na eficiência e na competitividade dos empreendimentos. A hotelaria que souber alinhar estratégia, integração e qualificação humana estará mais preparada para liderar a nova era da hospitalidade inteligente.
(*) Crédito das fotos: Lucas Barbosa/Hotelier News

















