Iata- retornoPesquisas do Google apontam aumento de 25% na demanda de abril a maio

Após quedas bruscas no setor, a Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo) anunciou que a demanda por serviços aéreos está começando a se recuperar. Com resultados negativos para os meses de março e abril, maio traz os primeiros sinais de melhora.

Os números foram históricos: abril fez a demanda passageiros despencar 94,3% em relação ao ano anterior. Uma queda tão brusca nunca fora registrada desde o início das análises do tráfego de passageiros em 1990, pela Iata.

"Abril foi um desastre para a aviação, pois as viagens aéreas pararam quase por completo. Mas abril também pode representar o ponto mais baixo da crise. Os números de voos estão aumentando. Os países estão começando a reduzir as restrições de mobilidade. E a confiança nos negócios está mostrando melhorias em importantes mercados, como China, Alemanha e Estados Unidos. Esses sinais positivos ocorrem enquanto começamos a retomada do setor. As primeiras medidas ainda levarão tempo, talvez anos, para dar resultado", disse Alexandre de Juniac, diretor-geral e CEO da entidade.

Dentre os fatores que auxiliam na recuperação, o órgão acredita no estímulo à confiança dos passageiros. Os primeiros sinais de volta para o setor começam no último mês: o total de voos diários aumentou 30% entre o ponto mais baixo de 21 de abril e 27 de maio.

Iata: números

Ainda que não suficiente, o setor começa a demonstrar os primeiros sinais de reação. Aposta de quase todos os países, o mercado doméstico é o primeiro a decolar. Dados do final de maio mostram que os níveis de voos na República da Coréia, China e Vietnã subiram a um nível que agora se encontra apenas 22-28% abaixo do ano passado. Também trazem otimismo as pesquisas no Google, que apontam um aumento de 25%  de abril a maio.

No quesito demanda internacional de passageiros, a queda em abril foi de 98,4% quando comparada ao mesmo período do ano anterior. A capacidade caiu 95,1% e a taxa de ocupação caiu 55,3 pontos percentuais, atingindo 27,5%.

Na região Ásia-Pacífico, as companhias apresentaram queda de 98,0% no tráfego em abril de 2020 quando comparado ao mesmo período de 2019. A capacidade caiu 94,9% e a taxa de ocupação encolheu 49,9 pontos percentuais, atingindo 31,3%.

Já na Europa queda do período foi de 99,0%. A capacidade caiu 97% e a taxa de ocupação encolheu 58 pontos percentuais, atingindo 27,7%. E no Oriente Médio a  contração foi de 97,3% no tráfego quando comparados os períodos. A capacidade encolheu 92,3% e a taxa de ocupação caiu para 27,9%, que corresponde à queda de 52,9 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado.

Na região da América do Norte o declínio foi de 98,3% no tráfego em abril. A capacidade encolheu 94,4% e a taxa de ocupação caiu 57,2 pontos percentuais, atingindo 25,7%. Chegando à América Latina, a queda registrada foi de 98,3% no período abril 2020/2019. A capacidade caiu 97,0% e a taxa de ocupação caiu 34,5 pontos percentuais, atingindo 48,1%, a maior entre todas as regiões.

Na África, a queda entre os meses de abril foi de 98,7% em abril. A capacidade contraiu 87,7% e a taxa de ocupação caiu 65,3 pontos percentuais, atingindo apenas 7,7% de assentos ocupados, o menor entre todas as regiões.

No quesito de mercados domésticos com transporte aéreo de passageiros, abril também apresentou números negativos. O tráfego doméstico caiu 86,9% em abril, com os maiores declínios registrados na Austrália (-96,8%), Brasil (-93,1%) e Estados Unidos (-95,7%).

Também sofreram com a pandemia, as companhias aéreas chinesas. Registraram um declínio de 66,6% no tráfego no período de um ano. E as companhias aéreas da Rússia apresentaram queda de 82,7% no tráfego de abril de 2020 em relação a abril de 2019.

(*) Crédito da foto: Suhyeon Choi/Unsplash