De acordo com levantamento divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de desemprego caiu para 8,9% em agosto. O valor é o menor patamar desde o trimestre encerrado em julho de 2015, quando o indicador chegou a 8,7%.

Isso significa que, atualmente, 9,7 milhões de brasileiros estão em busca de oportunidades profissionais. Ao mesmo tempo, o contingente de pessoas ocupadas chegou ao recorde de 99 milhões, aponta O Globo. Os dados também mostram que há precariedade em parte dos empregos conquistados. São 13,2 milhões de brasileiros trabalhando sem carteira assinada no setor privado. O número representa o maior nível da série histórica, iniciada em 2012.

“O mercado de trabalho segue a tendência demonstrada no mês passado, continuando o fluxo que ocorre ao longo do ano, de recuperação”, explica Adriana Beringuy, coordenadora da pesquisa do IBGE.

IBGE: outros dados

O levantamento do IBGE mostra que, entre as atividades que registraram aumento na ocupação, estão o setor de comércio – que adicionou 566 mil pessoas ao mercado de trabalho -, a administração pública (488 mil), e o segmento de outros serviços, no qual houve incremento de 211 mil trabalhadores.

O resultado apresentado pelo Instituto indica continuidade no processo de recuperação do mercado de trabalho após atingir recorde em 2021. O número de empregados com carteira assinada no setor privado aumentou 1,1% e chegou a 36 milhões. Já o número de empregados no setor público teve avanço de 4,1% e chegou a 12,1 milhões.

Por outro lado, especialistas estimam uma desaceleração na geração de postos de trabalho no terceiro e quarto trimestres do ano em relação aos anteriores. Isso porque a melhora do emprego foi impulsionada pela abertura econômica a retomada do setor de serviços, fenômeno que perde força gradativamente. Além disso, os juros elevados e riscos políticos impactam diretamente na atividade econômica, dificultando o otimismo em relação à contratação de profissionais.

“Ainda é preciso cautela pelo patamar baixo em que o indicador se encontra, mas a sinalização para os próximos meses é positiva. O ritmo de recuperação nessa reta final de 2022 depende do desempenho da economia. Como há uma expectativa de desaceleração econômica, o mercado de trabalho tende a seguir a mesma trajetória”, finaliza Rodolpho Tobler, economista do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

(*) Crédito da foto: Agência Brasília