O índice de inadimplência em São Paulo alcançou, em julho, o menor nível registrado nos últimos quatro anos, reflexo positivo do reaquecimento do mercado de trabalho e da desaceleração da inflação, especialmente no que tange aos preços dos alimentos. Segundo dados divulgados pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), cerca de 40 mil famílias deixaram a situação de inadimplência no mês passado, o equivalente ao número de domicílios ocupados em bairros como Santa Cecília, na região central da capital paulista.

O indicador caiu de 20,8% em junho para 19,9% em julho, atingindo o menor patamar desde outubro de 2021. Em uma análise anual, a comparação com julho de 2023 revela queda ainda mais expressiva, com aproximadamente 164 mil famílias regularizando suas contas e saindo da inadimplência.

Além disso, a FecomercioSP observou diminuição no número de famílias que afirmam enfrentar dificuldades para quitar faturas em atraso. Essa proporção reduziu-se de 8,8% em junho para 8,2% em julho, marcando o menor índice desde janeiro de 2022. Este dado indica melhora na capacidade das famílias de gerenciar suas finanças e honrar seus compromissos.

Cartão de crédito: líder em endividamento

Entre as principais fontes de endividamento, o cartão de crédito continua sendo o mais significativo, com 85,9% das famílias apontando essa modalidade como a principal responsável pelas suas dívidas. Em seguida, estão o crédito pessoal, citado por 15,4% das famílias, e o financiamento de imóveis, com 13,2%.

A pesquisa conduzida pela FecomercioSP, que entrevistou 2,2 mil consumidores na capital paulista, destaca que a recuperação no mercado de trabalho e a inflação controlada são fatores fundamentais para a melhora no cenário de inadimplência. O ganho real da renda, impulsionado pelo aumento do emprego e pela desaceleração dos preços, tem sido crucial para a redução das dívidas e a estabilidade financeira das famílias paulistas.

(*) Crédito da foto: Pixabay