Informativo mensal do FOHB (Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil), o InFOHB trouxe análise positiva sobre a hotelaria brasileira no primeiro semestre. Na comparação com os primeiros seis meses de 2018, todos os indicadores apresentaram alta no período analisado. Destaque para o RevPar, que cresceu 12,8%. O resultado foi impulsionado pela alta da diária média, que subiu 7,3% em igual comparação, enquanto a ocupação avançou 5,1%. O levantamento compilou dados de 479 hotéis de redes associadas, responsáveis por 77.191 unidades habitacionais.

"Estamos satisfeitos, principalmente porque acertamos nossa previsão para o desempenho do setor", observa Alexandre Gehlen, presidente do FOHB e CEO da Intercity Hotéis. "As ocupações seguem em bons patamares e, com o indicador assim, temos que recuperar nossos preços. A alta na diária média mostra que estamos conseguindo, mas o setor precisa ter coragem para continuar elevando a tarifa para que o negócio recupere suas margens", completa.

Na análise regional, o Sudeste aparece com a maior alta no RevPar (+16,7%). Em seguida, o Norte apresentou elevação de 8,4% no índice, impulsionado pela diária média, que avançou 8,6%. Na ocupação, apenas o Norte teve desempenho negativo, com leve baixa de 0,2%. Entre as demais, destacaram-se no indicador o Sudeste (+7,3%) e o Centro-Oeste (+4,1%). Já em relação à diária média, todas as regiões tiveram resultados positivos, encabeçadas pelo Sudeste, que cresceu 8,8% na comparação anual. 

Considerando as diferentes categorias, hotéis Upscale tiveram a maior alta no RevPar, crescendo 13,7% no comparativo anual. Midscale (+12,8%) e Econômicos (+11,9%) também tiveram boa performance. O indicador teve bom resultado principalmente pelo incremento na diária média dos três segmentos. Hotéis Econômicos, por exemplo, aumentaram em 7,2% a tarifa no primeiro semestre em comparação com igual período de 2018. Já as unidades Midscale e Uspcale apresentaram crescimento de 7,1% e 7%, respectivamente. 

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InFOHB: municípios

Analisando os principais mercados hoteleiros, em matéria de ocupação, três cidades tiveram decréscimo. Destaque negativo para Fortaleza, com baixa de 6,8%. Na direção inversa, o Rio de Janeiro apresentou alta de 18,2%, seguido por Vitória (+13%).

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Na diária média, apenas o Rio não teve resultados positivos, com leve queda de 0,1% na comparação anual. Entre as demais praças analisadas, Belo Horizonte (+20%) e São Paulo (+13,7%) foram destaque.

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Fortaleza foi a única cidade analisada com decréscimo do RevPAR (-3,2%). Já entre altas, Belo Horizonte chama a atenção com aumento de 27,8% no indicador na comparação anual. Vitória (+22%) e Rio de Janeiro (+18%), apesar da queda na diária média, também tiveram bom desempenho.

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Projeção para 2019

Gehlen podera que as cidades com melhor desempenho até aqui foram as que tiveram pouquíssimo aumento de oferta de quartos. "Como disse, é muito importante os dois dígitos de crescimento no RevPar, mas ainda precisamos elevar o indicador. Nossa diária média ainda está muito defasada frente ao período pré-crise", comenta.

Por fim, o executivo destaca que a associação vê com otimismo o fim do ano. "O segundo semestre tende a melhorar ainda mais a performance do setor, até porque a oferta deve se manter estável. Ainda assim, enxergamos 2019 como mais uma etapa na recuperação desde o aprodundamento da crise econômica", afirma Gehlen, citando que os dados nominais de RevPar permanecem muito abaixo do verificado em 2012, melhor performance da hotelaria na década. "Acho que o único risco para nossa previsão de melhora no segundo semestre é a tarifa áerea, que se subir mais pode se tornar um complicador", finalza Gehlen.     

(*) Crédito da capa: NeONBRAND/Unsplash

(**) Crédito das fotos: Divulgação/FOHB