Diante de tantas incertezas, dados seguem sendo os maiores aliados para traçar estratégias de retomada. Nos últimos meses, diferentes empresas do setor vêm desenvolvendo estudos para entender como será o futuro do turismo no Brasil e no mundo. Para avaliar quais as tendências de comportamento do consumidor, a Interamerican Network em parceria com o Conselho de Turismo da FecomercioSP divulgaram os resultados do estudo “O Novo Viajante”.

Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP; Danielle Roman, CEO da Interamerican Network e Osmar Maduro, diretor de Relações Públicas apresentaram os números em live encerrada há pouco. “Esta foi a segunda edição de uma pesquisa com consumidores na América Latina para sentir como estão os hábitos e costumes dos viajantes durante a pandemia. O estudo foi realizado entre 26 de outubro e 9 de novembro, com 833 respostas”, explica Maduro.

Entre os mercados pesquisados estão Brasil, México, Argentina, Peru, Colômbia e Chile. Apenas em território brasileiro, foram coletadas 343 respostas. “A proposta é fazer uma comparação e entender como a pandemia está afetando o perfil e hábitos na América Latina e como serão os próximos meses e anos”, complementa o diretor.

De acordo com os dados levantados, na primeira edição, promovida em março, 46% dos entrevistados planejavam viajar ainda este ano. Agora, o índice recuou para 23%. A opção mais escolhida pelos viajantes (26,29%) foi de retomar a rotina de viagens apenas quando uma vacina estiver disponível. Vale ressaltar que os brasileiros apontaram maior vontade de viajar em 2020, com 34%. “O Brasil aparece como o mais livre e descontraído de todos os mercados”, analisa Danielle.

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Interamerican Network: hábitos de consumo

Já sobre o planejamento de viagem, 27% dos entrevistados alegam que pretendem começar a se planejar com seis meses de antecedência. No Brasil, o índice sobe para 29%, seguido pelo México, com 28%.

Em relação aos cuidados extras na hora de viajar, 32,80% dos turistas alegam que só ficarão em meios de hospedagens com protocolos de higiene efetivos. Os brasileiros também aparecem em primeiro lugar (35%) quando se trata da preocupação com a higienização. Na outra ponta da tabela, estão imóveis de aluguel (7,83%) como prioridade dos viajantes latino-americanos. “Isso precisa se traduzir em estratégia para os empresários e como orientação política. A manifestação de segurança sanitária precisa ser feita de forma visual, para que o consumidor saiba que ela acontece”, destaca Mariana.

Um dos movimentos que já estava previsto são as vendas diretas. Cerca de 58% dos entrevistados afirmam que organizarão suas viagens diretamente com fornecedores. Quando se trata do Brasil, o percentual sobe para 71%.

No quesito “inspiração”, a internet aparece como principal meio (23,59%) que os turistas procuram para escolher seu próximo destino. Entre os mercados abordados, o Brasil aparece como o líder de países que usam a web (27%), enquanto os mexicanos preferem indicações de amigos (29%). Entre as redes sociais, o Instagram atua como fonte de inspiração para 15% dos brasileiros.

Do total, 45,86% afirmam que optariam pela compra de pacotes completos com agentes de viagens (hotel, avião, passeios, atrações, etc). Neste caso, os brasileiros são os menos interessados (36%), contra 57% dos colombianos e peruanos. Quando questionados sobre em quais circunstâncias comprariam com OTAS, 30,49% dos latino-americanos disseram que escolheriam apenas para acomodação, resposta dada por 44% dos brasileiros.

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Destinos preferidos

Consolidando a tendência de viagens domésticas, destinos dentro do próprio país são a preferência de 47% dos respondentes e 51% dos brasileiros. Em seguida, a Europa aparece com 21,61% para o total de entrevistados. Os números também reforçam a pesquisa promovida pela Booking, que aponta o Rio de Janeiro como cidade mais procurada por turistas domésticos.

A praia continua sendo o destino preferido de 40,34% dos latino-americanos e 35% dos brasileiros. O turismo cultural aparece em segundo (17,05%), seguido por ecoturismo (14,17%).

No levantamento, um novo dado foi agregado: companhia preferida. A família aparece em primeiro lugar (43,38%) para todos os entrevistados, enquanto par romântico é a preferência de 29%. Cerca de 44% dos brasileiros pretendem viajar em família e 30% com o companheiro.

Por fim, 54% dos brasileiros acreditam que as mudanças no turismo serão pouco significativas. Já a maioria dos turistas da América Latina (53,78%) afirmam que haverá um “antes” e “depois” da pandemia.

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(*) Crédito da capa: Free-Photos/Pixabay

(**) Crédito das imagens: Divulgação/Interamerican Network