Um novo estudo global da TCS (Tata Consultancy Services) revela que mais de oito em cada 10 (86%) altos executivos de diferentes setores, incluindo a hotelaria, já implementaram IA (Inteligência Artificial) para aumentar receitas existentes ou criar novas. O TCS AI for Business Global Study, um relatório abrangente sobre a adoção do recurso e seu impacto nos negócios, também aponta que 69% das empresas estão mais focadas em usar a tecnologia para estimular a inovação e aumentar a receita do que em melhorar a produtividade e otimizar custos, revela o Hospitality Net.

Os executivos geralmente são positivos quanto ao impacto da IA, com 57% relatando entusiasmo ou otimismo sobre seu potencial nos negócios. Entre os entrevistados, 45% esperam que até metade de seus funcionários precise usar capacidades de IA generativa para realizar suas funções nos próximos três anos — e outros 41% acham que ainda mais colaboradores o farão. A maioria (65%) acredita que a ferramenta aumentará e aprimorará as capacidades humanas, permitindo que as pessoas se concentrem em atividades de maior complexidade.

“O ano de 2023 foi de exuberância, com todas as empresas experimentando casos de uso de IA/GenAI. Estamos agora entrando em uma era de adoção ampla e profunda da IA nas companhias. No entanto, as empresas estão percebendo que o caminho para a produção de soluções de IA não é fácil, e que construir uma companhia madura em IA é uma maratona, não um sprint. Nosso estudo confirmou esse sentimento e também destacou que as empresas se sentem despreparadas para implementar soluções de IA em grande escala e para gerenciar as mudanças profundas nos papéis das pessoas e nas formas de trabalho resultantes dessas implementações”, diz Harrick Vin, diretor de Tecnologia da TCS.

Hoje, os líderes empresariais estão menos certos sobre o caminho para a transformação. Apenas 4% usam IA de uma forma que transformou seus negócios e quase um quarto (24%) ainda não passou da fase exploratória inicial. As principais barreiras para o sucesso incluem infraestruturas de T.I corporativas atuais e expectativas dos clientes. As organizações também reconhecem a necessidade de ir além das métricas existentes para medir o sucesso das implementações da tecnologia. Assim, quase três quartos (72%) afirmam não ter as métricas adequadas. A pesquisa também destaca a necessidade de uma abordagem estratégica para a adoção do recurso e o desenvolvimento de indicadores de desempenho adequados para medir o impacto da solução nos negócios.

Potencial transformador

Quando calibrada para precisão e usada de forma responsável, a IA generativa traz à vida o poder computacional dos dados. Com a adição da engenhosidade humana, as organizações podem criar um novo paradigma para o mercado moderno. Como resultado, as empresas de hoje entregarão maior valor aos stakeholders e clientes, por meio de iniciativas de transformação.

O TCS Thought Leadership Institute entrevistou cerca de 1,3 mil CEOs e outros executivos seniores com responsabilidades de P&L, em 12 indústrias e 24 países. Cerca de metade das empresas tinha de US$ 1 bilhão a US$ 5 bilhões em receita anual e a outra metade tinha mais de US$ 5 bilhões em receita. Outros resultados-chave do relatório incluem:

  • Executivos acreditam que o impacto da IA será maior ou igual ao da internet (54%) e dos smartphones (59%);
  • Funções corporativas com mais projetos de IA concluídos: Finanças/controladoria (taxa de conclusão de 29%); RH (28%); Marketing (28%);
  • 65% dos executivos seniores dizem que sua vantagem competitiva ainda virá dos humanos — com sua criatividade, intuição e pensamento estratégico potencializados pelas capacidades de assistência e aumento da IA;
  • 40% dos executivos dizem que no futuro terão muitas mudanças em seus negócios antes de aproveitar totalmente a IA;
  • Mais da metade (55%) disse que estão ativamente fazendo mudanças agora em seus modelos de negócios ou operacionais, ou em seus produtos e serviços, devido aos potenciais benefícios e riscos da IA;
  • 81% dos executivos destacam a necessidade de padrões e regulamentos globais para IA;
  • 93% dos líderes entrevistados no Reino Unido e Irlanda disseram que têm projetos de IA voltados para o crescimento da receita. Executivos de outras regiões estão igualmente entusiasmados, com 89% na América do Norte, 88% na APAC, 83% na Europa Continental e 80% na América Latina;
  • Quase dois terços dos executivos da indústria de BFSI (64%) e manufatura (63%) pesquisados dizem estar animados ou otimistas sobre o impacto da IA nos negócios.

Hotelaria

No setor hoteleiro, diversas companhias vêm aderindo à IA como uma forma de otimizar seus negócios. Em abril deste ano, a IHG Hotels & Resorts anunciou a ampliação de uma parceria com o Google com o objetivo de auxiliar o planejamento de viagens de usuários do aplicativo IHG One Rewards, por meio do uso da ferramenta. Com as tecnologias da Google Cloud e do Gemini, a rede pretende auxiliar hóspedes a planejarem suas próximas férias.

Quem também anunciou inovações neste sentido foi o Radisson Hotel Group. Em março, a companhia lançou o Radisson Meetings Unbound e Radisson Meetings Dream Machine, ambos impulsionados pela IA. As ferramentas foram anunciadas com o objetivo de entregar eventos e capacitar os profissionais para visualizar tendências futuras para o segmento.

Recentemente, a Marriott International deu início a um experimento com uma ferramenta de IA em seu site Homes & Villas. A medida, baseada na busca em linguagem natural, permite que os viajantes expressem suas preferências de férias de forma mais intuitiva.

(*) Crédito da foto: Pixabay