Em relatório divulgado hoje (12), o Itaú subiu para 4% a projeção do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para este ano e 2025. A previsão para o indicador que mede a inflação oficial do país anteriormente estava em 3,8% em 2024 e 3,7% em 2025, aponta o InfoMoney.

A projeção foi alterada para refletir os últimos movimentos do mercado de câmbio, que também elevou as projeções para o dólar nos dois anos, citando uma piora nos fundamentos domésticos, com o aumento da percepção de risco. No relatório, a instituição financeira elevou a estimativa da moeda norte-americana de R$ 5,15 para R$ 5,30 por dólar, e em 2025, de R$ 5,25 para R$ 5,40.

“O mercado de trabalho apertado pode se traduzir numa inflação de serviços subjacentes mais próxima de 6% (vs. 5,5% do nosso cenário). Para piorar, um novo atraso na devolução dos choques dos preços de alimentos in natura pode levar nossa projeção de alimentos para próximo de 6% (vs. 5% no nosso cenário)”, aponta o relatório assinado por Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú.

Outros dados

No relatório, a instituição destaca as novas estimativas são baseadas na perspectiva de anúncio de medidas econômicas e na expectativa de um bloqueio de gastos do governo de ao menos R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões que, se não se realizar ou for insuficiente, prejudicará a percepção do mercado sobre o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal, o que pode resultar em efeitos significativos sobre os preços de ativos.

“Sem a confiança de que a regra de gastos do arcabouço será respeitada à frente, haverá um aumento significativo do risco de retorno a uma trajetória insustentável da dívida pública”, diz o documento.

Contudo, o Itaú manteve inalteradas suas projeções para o crescimento do PIB (Produto interno Bruto) para 2024 e 2025, em 2,3% e 1,8%, respectivamente. Para a taxa Selic, a previsão também foi mantida no patamar atual, em 10,50% ao ano até o final de 2025.

(*) Crédito da foto: Pixabay