Mantendo ritmo acelerado no terceiro trimestre, o IHG Hotels & Resorts superou seus índices de RevPar frente a 2019, impulsionado pelo aumento da diária média. Um dos destaques foi o crescimento no lazer, com alta de 12% na receita por quarto em relação ao período pré-pandêmico. Executivos da rede também pontuam que as viagens de negócios estão aquecendo as demandas, principalmente nos EUA.
Segundo divulgado pelo CoStar, a dívida atual do IHG é de £ 2,11 bilhões (U$$ 2,37 bilhões), e tem seis emissões de títulos restantes, incluindo uma de £ 173 milhões com vencimento em novembro. As reservas de caixa são de aproximadamente £ 500 milhões.
As outras emissões de títulos vencerão entre outubro de 2024 e outubro de 2028. Paul Edgecliffe-Johnson, diretor financeiro do IHG, revela que o grupo deseja manter a dívida líquida em cerca de £ 1,6 bilhão. Um programa de recompra de ações devolverá US$ 500 milhões em capital aos acionistas até 31 de janeiro de 2023, sendo que 59% já estão concluídos.
“Em um cenário de pressão inflacionária na maioria das economias ao redor do mundo, a força das marcas do IHG é clara, com taxa de 11% em 2019”, afirma Keith Barr, CEO da rede, em comunicado. “Além das taxas de lazer terem aumentado cerca de 15% no trimestre, as taxas de negócios aumentaram 7% e a atividade do grupo também viu a taxa se mover para um território positivo nos níveis de 2019”.
Confiança no corporativo
Edgecliffe-Johnson disse estar confiante no retorno dos negócios do grupo aos hotéis do IHG. “Claramente o lazer foi um fator importante em nossos números, mas vimos uma recuperação durante toda a semana. O RevPAR ficou estável de segunda a quarta-feira, e esses números nos dão confiança de que há mais recuperação por vir”.
O diretor destaca que é esperado mais crescimento nos próximos trimestres nos negócios e na demanda do grupo, oriundos principalmente da China, Europa, Oriente Médio e África. O país asiático ainda é um ponto sensível, com cerca de 100 hotéis do IHG permanecendo apenas como instalações de quarentena ou inoperantes.
“A história nos mostrou, porém, que sempre que as restrições são relaxadas, a demanda retorna acentuadamente depois disso”, complementa Edgecliffe-Johnson, que afirma que as condições para abrir novos hotéis seguem desafiadoras, especialmente na China.
Cenário econômico
Edgecliffe-Johnson reconheceu que assinar com uma marca aumenta as taxas, mas que o financiamento tradicional é atualmente quase inédito para produtos sem bandeira. O diretor pontua que muitos proprietários começaram seus negócios em épocas com taxas de juros e financiamentos mais elevados.
“Estamos de volta onde muitos deles estão acostumados. Os hotéis podem ter retornos muito fortes, mesmo que o pagamento da dívida custe 400 pontos base. O desafio é se apossar da dívida, e isso é definitivamente mais difícil do que era”, acrescenta o diretor.
“Eu não acho que isso vai diminuir no curto prazo, mas isso depende das melhores marcas, e as nossas são comprovadas em taxa de retorno. Nós nos saímos bem em uma base relativa, mas os proprietários precisam trabalhar mais para ter acesso a esse capital de dívida”, acrescentou Edgecliffe-Johnson, ressaltando que os salários serão outra pressão para 2023.
O diretor também afirmou que a violação de dados, recentemente notificada pela rede, não comprometeu informações dos hóspedes. “Tivemos que fechar alguns canais de agendamento para tirar esses criminosos do sistema, mas nada nos números nos mostra que perdemos com isso”.
Edgecliffe-Johnson deixará o cargo para assumir a liderança financeira da Flutter Entertainment — empresas de apostas esportivas. “Foi um enorme privilégio ter passado quase duas décadas como parte de um negócio tão dinâmico e bem-sucedido”, finaliza o executivo.
(*) Crédito da foto: Divulgação/IHG Hotels & Resorts