Novo capítulo da crise do Maksoud Plaza. Ontem (21), a Hidroservice Engenharia, controladora do hotel paulistano, entrou com um pedido de recuperação judicial na Justiça de São Paulo. Em nota, a empresa disse considerar a medida a melhor e mais eficiente alternativa para “poder prosseguir com o processo de reerguimento do empreendimento”.

Reportagem do Valor Econômico informa que o pedido envolve débitos de R$ 120 milhões, incluindo dívidas trabalhistas e demais credores. Já o passivo tributário, da ordem de R$ 400 milhões, fica fora da recuperação judicial, que envolve HM Hotéis (Maksoud Plaza), a Hidroservice (holding) e suas controladas Manaus Hotéis e Turismo e HSBX Bauru Empreendimentos.

A falta de perspetivas no curto prazo em função da pandemia motivou o pedido. Na semana passada, por exemplo, o hotel demitira mais da metade dos colaboradores. Também pesou na decisão o risco de antigos credores obterem na justiça o direito de executar dívidas que superam R$ 87 milhões. A informação é de Gilberto Gornati, advogado do escritório Thomaz Bastos, Waisberg, Kurzweil Advogados, contratado para representar o grupo.

“O grupo tentou acordos extrajudiciais mas não conseguiu um consenso com os credores. O processo de recuperação judicial é um caminho para renegociar com todos os credores, trazendo racionalidade ao processo”, explicou Gornati ao Valor Econômico.

Maksoud Plaza: credores

O maior débito do grupo é com a Ajinomoto e gira em torno de R$ 80 milhões. Outra dívida, de R$ 7,4 milhões, refere-se a um processo movido pelo BMC, banco adquirido pelo Bradesco em 2007. “Todas as dívidas são antigas. Não temos dívida bancária vencida”, revela Henry Maksoud Neto.

A dívida mais recente, estimada em cerca de R$ 8 milhões, refere-se ao passivo trabalhista gerado a partir das demissões realizadas na semana passada. O valor inclui ainda outras 30 ações trabalhistas antigas do grupo.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Maksoud Plaza