Tema de live do Hotelier News, a administração de hotéis e condo-hotéis vive novo momento em função da pandemia. Quem nos ajuda a entender como anda o cenário atual é Marcos Vilas Bôas, CEO Astron Hotéis. Fundada em 2000, a operadora hoteleira está presente no ranking da JLL Hotels & Hospitality como uma das 50 maiores do Brasil. Atualmente, gere unidades nos estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Bahia.

“Fazemos também a licença de uso de marca, em que os hotéis mantêm a operação, mas adotam os padrões da Astron de operação e entregam a comercialização para nós. Em alguns casos, fazemos a parte de estratégia de marketing e comercialização de hospedagem para propriedades independentes”, explica Vilas Bôas.

Para ele, a retomada do corporativo ainda terá dificuldades para acelerar. “Acredito que a recuperação vai se dar pelas viagens locais de curta distância e, no caso do corporativo, depende da necessidade das empresas em retomar suas atividades e sentir segurança em não colocar em risco seus colaboradores”, divide Vilas Bôas, para quem o cenário deve se manter em 2021, pelo menos no primeiro semestre.

“A aceleração da retomada tende a crescer no segundo semestre por conta de eventos que já foram postergados de 2020 para 2021 e que irão ser concentrados nos últimos seis meses do ano. A guerra tarifária e manutenção dos quadros de valor dentro das empresas são, ao meu ver, itens de atenção para esse período”, projeta.

Astron Hotéis: projeções e retrospectiva

Falando um pouco do futuro da empresa, o CEO da Astron Hotéis divide novidades positivas. “Acabamos de abrir uma unidade em Salvador e temos novos contratos em negociação”. Para 2021, a expectativa é de volta aos lucros. “Algumas das unidades já estão com resultados positivos desde agosto e devemos reabrir aqueles que ainda estão fechados e voltar a crescer”, comenta. “Enxergo boas oportunidades de parcerias com hotéis independentes que venham a fazer parte da rede por perceber o valor que entregamos”, adiciona.

Marcos Vilas Bôas - Astron Hotéis_projeções

Vilas Bôas: demanda deve voltar com mais força no segundo semestre, quando retomam eventos

Já em retrospectiva, analisa o ano de 2020 como perdido em termos de receitas e resultados finais dos hotéis. No entanto, acredita que ganhou aprendizados importantes. “Na Astron, tivemos que reinventar nossos relacionamentos entre colaboradores, fornecedores, clientes e toda a cadeia. O que percebi é que nossos relacionamento se estreitaram e a confiança aumentou em todos os níveis, dentro da empresa e com nossos fornecedores”, diz.

Ainda em retrospecto, o CEO falou também sobre as consequências deixadas pela pandemia. “Tivemos um ano péssimo em movimento de hóspedes. Muitos hotéis ainda fechados, desemprego direto na hotelaria e na cadeia de fornecimento, dificuldades com a viabilidade dos fornecedores de serviços diretos”, avalia.

Para remediar a situação, Vilas Bôas recomenda planejamento a todos os hoteleiros. “O que o nosso setor precisa é de previsibilidade para sair dessa situação. Para as pessoas voltarem a viajar com volume expressivo, elas precisam estar seguras não só da saúde e dos protocolos de segurança, mas também ter certeza de que seus planos não serão frustrados por novos fechamentos e quarentenas, nas quais, além de ter seus planos frustrados, correm riscos financeiros”, observa. “Portanto, a previsibilidade é o objetivo que temos que correr atrás e sensibilizar os governantes sobre isso”, finaliza.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/Astron Hotéis