Marriott - impacto coronavírusNa América Latina, 67% dos hotéis da rede estão com operações suspensas

O impacto do coronavírus no mercado hoteleiro mundial tem sido forte no mundo inteiro. Da China ao Brasil, passando pelos Estados Unidos e Colômbia, ninguém escapa de índices de ocupações de um dígito, de demissões e de hotéis com atividades suspensas. No entanto, somente poucas redes internacionais, mesmo as de capital aberto, vêm sendo completamente transparentes com os reais efeitos da pandemia nos negócios. A Marriott International, com certeza, está na lista das que melhor se comunica com o mercado.

Em comunicado divulgado esta semana, a rede norte-americana informou alguns dados relativos à performance global dos hotéis, além de fazer projeções. “Atualmente, não podemos estimar o impacto financeiro dessa situação sem precedentes, que depende muito da gravidade e duração da pandemia, mas acreditamos que este fator será decisivo para os resultados da empresa”, diz um trecho do texto.

Ainda assim, a rede norte-americana estima queda no RevPar global de 23% no primeiro trimestre, sendo de 20% na América do Norte. A empresa ressalta ainda que, embora haja sinais de melhora na performance dos hotéis na China, ainda existe muita instabilidade em outras partes do mundo. Por isso, embora apenas 25% das suas 7,3 mil unidades estão temporariamente fechadas, a Marriott acredita que essa conta deve aumentar.

“A empresa antecipa que mais fechamentos de hotéis devem acontecer, além de erosão no desempenho do RevPAR, e não espera uma melhoria sensível até que haja uma visão mais clara de como a expansão do Covid-19 seja moderada e que os governos tenham relaxada medidas restritivas”, diz trecho do comunicado.

Marriott: antes e depois

Nos primeiros dois meses de 2020, o desempenho dos hotéis era satisfatório. No período, apesar da queda de 0,3% no RevPar global na comparação anual, o indicador crescia 3,2% se excluídas as unidades da região Ásia-Pacífico, que já viviam o impacto negativo do coronavírus. Com o avanço da pandemia, a Marriott viu a ocupação e o RevPar caírem abruptamente no resto dos países a partir de março.

Marriott - impacto coronavírus_sanya haitang bayResort chinês com bandeira JM Marriott na China: lazer puxa retomada local

A rede norte-americana estima que os resultados de março devem trazer recuo global de 60% no RevPar. Na análise regional, as estimativas são as seguintes: América do Norte (-57%), Ásia-Pacífico (-74%), Europa (-71%), Caribe e América Latina (-57%) e África e Oriente Médio (-56%). Ainda assim, a empresa destaca a ligeira retomada no mercado chinês no final de março e início de abril. Por lá, a ocupação está na casa de 20% neste momento e apenas 20 unidades permanecem fechadas. 

Na China, produtos de lazer com forte demanda regional apresentam os melhores resultados, informa a Marriott. No mais recente feriado no país (4 e 5 de abril), mais de 20 hotéis em destinos de lazer tiveram ocupação superior a 60%. Em oito deles, foi registrada lotação. No resto do mundo a situação é muito diferente. Na América do Norte, 870 unidades estão com atividades suspensas (16% da base) e a ocupação está na casa de 10%. Ainda assim, como citado anteriormente, a conta de propriedades fechadas deve aumentar. Na América Latina, 200 empreendimentos (ou 69% do total) estão com operações paralisadas.

(*) Crédito da foto: Divulgação/Marriott International