Morreu hoje (15), aos 99 anos, Aloysio de Andrade Faria, controlador do Conglomerado Alfa, proprietário do THG (Transamérica Hospitality Group). A informação foi confirmada pelo grupo, que é dono ainda do Banco Alfa, C&C, Rádio Transamérica, La Basque e Águas Prata, entre outros negócios. Ele faleceu de causas naturais, na sua fazenda localizada nas cercanias de Jaguariúna (SP), próximo a Campinas.

Não há informações sobre velório e sepultamento do banqueiro, apenas de que será restrito aos familiares. “É com imenso pesar que nós, do Conglomerado Alfa, comunicamos o falecimento do nosso acionista controlador, Dr. Aloysio de Andrade Faria, ocorrido hoje em sua fazenda na região de Campinas (SP), aos 99 anos, de causas naturais”, diz a nota da assessoria.

Aloysio de Andrade Faria: perfil

Integrante mais antigo da lista Forbes de mais ricos do país, Faria detinha patrimônio estimado em R$ 8,32 bilhões. Nascido em Belo Horizonte em 9 de novembro de 1920, tinha formação em medicina, mas pouco atuou na área. Filho do banqueiro Clemente Faria, assumiu ainda nos anos 1940 com seu irmão Gilberto a gestão do Banco da Lavoura de Minas Gerais.

A instituição deu origem, em 1971, ao Banco Real, vendido décadas depois ao ABN AMRO em uma transação bilionária. Com os recursos da venda, Aloysio deu gás extra para a expansão do conglomerado Alfa. Os hotéis, por exemplo, foram investimentos feitos ainda na década de 1970. Hoje, o THG tem 22 empreendimentos no portfólio, sendo alguns ícones do setor – caso do resort de Comandatuba.

Fontes ouvidas pela reportagem dizem que, mesmo após os 90 anos, ele se mantinha sempre informado sobre seus negócios. No Banco Alfa, por exemplo, costumava dar expediente uma vez por semana até a pandemia. Mesmo sendo um empreendedor em diferentes áreas, sua grande paixão nos últimos anos eram suas fazendas. Em especial, Aloysio dava atenção ao aprimoramento de seus cavalos da raça pura Pampa.

“Dr. Aloysio sempre foi um grande inspirador. Estava à frente do nosso tempo, sempre nos fazia pensar de forma inovadora. Tive a honra de trabalhar por quase 10 anos nos grupo e tive o prazer de poder, em vários momentos, conversar com ele. Era um executivo econômico nas palavras, mas generoso nos ensinamentos”, diz Osvaldo Julio Neto, que teve cinco passagens pelo grupo hoteleiro. “Um homem de visão muito acima da média que foi, sem dúvida nenhuma, um dos maiores empresários do Brasil. Deixa um grande legado e uma legião de admiradores, que é o meu caso. Fica aqui uma frase que ele fazia questão de divulgar: ‘Sem ordem não há progresso'”, completa.

(*) Crédito da capa: arquivo pessoal

* Reportagem atualizada às 17h57, de 15/09/20