Em resposta à crescente concorrência de ferramentas como o ChatGPT, o Google apresentou, em sua conferência anual para desenvolvedores, uma reformulação completa do seu mecanismo de busca. Chamado de “modo IA (Inteligência Artificial)”, o novo recurso traz respostas conversacionais diretamente na barra de pesquisa e nos aplicativos da empresa, usando os modelos da família Gemini, aponta a Folha de São Paulo.
O CEO Sundar Pichai classifica a mudança como uma “reinvenção total da busca”, e afirma que a novidade amplia a capacidade dos usuários de explorar informações em linguagem natural. A atualização já está disponível para usuários nos EUA e busca preservar o domínio do Google, que ainda responde por 90% das buscas na internet.
O movimento ocorre em meio a desafios inéditos. Além da pressão competitiva, a Alphabet, controladora do metabuscador, precisa equilibrar inovação com a preservação de seus US$ 198 bilhões anuais em receitas publicitárias. Parte da estratégia inclui novas ferramentas pagas, anúncios integrados à IA e produtos como o agente digital Mariner e o gerador de vídeos Veo, com planos que chegam a US$ 250 mensais.
Desafios
Apesar das apostas, investidores mantêm cautela. Ações do Google atrás de rivais como Microsoft e Meta, e há preocupações com possíveis perdas em processos antitruste e queda no engajamento da busca tradicional.
“A IA amplia o interesse e melhora a intenção de busca”, diz Pichai. “Isso eleva a qualidade das referências para os anunciantes”. O novo modo IA, segundo o Google, marca o início de uma nova era para a companhia. A missão agora é manter a liderança em um mercado que ela mesma ajudou a criar — e que está sendo rapidamente redesenhado pela ferramenta.
(*) Crédito da foto: Divulgação/Google
