Do Rio de Janeiro
 

Roland de Bonadona, Sophie Flak e Dennis
Hennequin lançam o Planet 21
(fotos: Vinícius Medeiros)
 
A Accor Hospitality escolheu o Rio de Janeiro, que sedia entre 13 e 22 de junho a conferência Rio+20, para lançar o Planet 21, programa voltado para o desenvolvimento sustentável de abrangência mundial da rede francesa. Embora não tenha divulgado o volume de investimento previsto para colocar em prática o projeto, que envolve a adaptação de hotéis e o treinamento de colaboradores, entre outras ações, Denis Hennequin, chairman e CEO (Chief Executive Officer) da Accor, deixou claro que sua implementação em todas as unidades até 2015 é um caminho sem volta.
 
“É simbólico fazer esse lançamento aqui no Rio, onde, há 20 anos, foi delineada a Agenda 21 (documento que estabeleceu como cada governo, empresas e o terceiro setor poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas socioambientais) durante a Eco 92. Na prática, o Planet 21 estabelece 21 compromissos, que estarão em 100% dos nossos hotéis até 2015”, disse Hennequin.
Baseado em sete pilares (saúde, natureza, carbono, inovação, local, emprego e diálogo), o Planet 21 é resultado de amplo trabalho de campo conduzido pela própria Accor, que ouviu hóspedes para entender como o tema sustentabilidade é visto.
 
“O programa é resultado desse trabalho. Ele estabelece um novo curso para a Accor, dando ao grupo a missão de ‘reinventar seus hotéis sustentavelmente’. Ao mesmo tempo, ele também coloca o desenvolvimento sustentável no centro da inovação e da concepção do hotel de amanhã”, afirmou o CEO.
 

Os executivos durante a coletiva de imprensa
 
Planet 21
O programa se desdobra em 21 compromissos e objetivos claros, com metas bastante ousadas como, por exemplo, a redução de 15% do uso de água em toda a rede até 2015, a diminuição de 10% nas emissões de CO2 e na utilização de energia no mesmo período, bem como chegar a um patamar de 10% dos empreendimentos utilizando energias renováveis. Há ainda outras metas importantes, como o uso de produtos com selo ecológico, treinamento contra prevenção de doenças, estímulos de práticas ligadas ao design ecológico e proteção dos ecossistemas em que os empreendimentos estão inseridos.
 
“Se você for olhar, os compromissos assumidos são ousados, mas são perfeitamente atingíveis. Não estamos fazendo isso para nós, mas sim para as gerações futuras”, explicou Hennequin. Questionado sobre os custos envolvidos para a implantação de todas as ações, o executivo saiu pela tangente. “Programas como esse envolvem fortes investimentos e, claro, precisam ter rentabilidade, pois sempre há um balanço financeiro no final da história. Nossos investidores têm consciência de que esse é um caminho em busca do aumento da eficiência do nosso negócio”, completou.   
 

 
Também presente à coletiva de imprensa, Sophie Flak, vice-presidente de Organização e Desenvolvimento Sustentável da Accor, explicou que o Planet 21 será um trabalho de aprimoramento contínuo e que envolverá, além de um plano de comunicação para incentivar os clientes a participar, um amplo trabalho de treinamento dos colaboradores. “Temos que mudar os hábitos dos hóspedes e dos colaboradores. Internamente, só se faz isso com treinamento. No Brasil, bem como no resto do mundo, preparamos módulos de e-learning para os funcionários, o que será fundamental para integrá-los ao Planet 21”, disse.
 
Mercado brasileiro
Especificamente sobre o Brasil, apenas 33% dos empreendimentos instalados no país já estão totalmente adaptados aos padrões do Planet 21 atualmente. “As mudanças serão realizadas até 2015 e já temos empreendimentos sendo construídos a partir desses padrões. No pilar saúde, por exemplo, 73% dos hotéis brasileiros usam produtos com selo ecológico, enquanto no resto do mundo esse percentual é 68%”, destacou Roland de Bonadona, COO (Chief Operations Officer) da Accor para a América Latina. 
 
“O mais importante é que o brasileiro é sensível ao tema sustentabilidade, o que facilita na tarefa de implementar ações desse tipo. Portanto, a força do programa são seus compromissos e, com esse ambiente propício no Brasil, não teremos dificuldades em atingir as metas estabelecidas”, avaliou.
(Vinícius Medeiros)