Proprietários de um empreendimento da marca Trump International no Panamá anunciaram na última semana o desejo de que o nome do presidente dos Estados Unidos fosse retirado do edifício.

O mesmo grupo também pleiteia a saída da empresa de gestão hoteleira da família Trump da administração do hotel, uma unidade à beira do mar de 70 pavimentos, segundo informou a Associated Press.

O comunicado coincide com a fase ruim que o empreendimento enfrenta, com taxas de ocupação muito abaixo do esperado pelos investidores. "Eles receberam um prazo de 30 dias para reverter o quadro", disse Jeffrey Rabiea, proprietário de três unidades do edifício à reportagem da Associated Press.

Porta-vozes das Organizações Trump confirmaram o esforço em andamento para a remoção da marca da propriedade do Panamá, separando os laços entre o hotel e a família Trump. No entanto, uma declaração oficial emitida pela empresa pertencente ao presidente dos Estados Unidos, descreveu a ação como violação de contrato.

"Não só temos um acordo de gerenciamento de longo prazo válido, vinculativo e exigível, como também toda e qualquer especulação de que o hotel não atende às expectativas de seus investidores é desmentida pelos fatos reais", afirmou o comunicado oficial também divulgado pela Associated Press. O grupo de proprietários já pagou cerca de US$ 32 milhões para serem associados à marca Trump International.

Até alguns meses atrás, os proprietários do edifício de 369 unidades não tinham votos suficientes para controlar os aspectos de gerenciamento da propriedade, de acordo com vários dos relatórios emitidos na época. Em agosto deste ano, porém, a empresa de investimentos Ithaca Capital Partners, com sede em Miami, nos Estados Unidos, adquiriu 202 unidades, um centro de convenções e restaurantes da propriedade, obtendo assim, a maioria dos votos.

Dois meses depois, a Ithaca revelou um plano para remover os diretores das Organizações Trump do conselho do hotel e eliminar o vínculo com o presidente Donald Trump. Apesar da alegação do comunicado, os proprietários afirmam que a ocupação é tão baixa que não chega a cobrir os custos com a manutenção do equipamento.

Al Monstavicius, médico aposentado e investidor do empreendimento, afirmou que comprou uma unidade no edifício pensando ser um investimento seguro, mas "a marca alienou os latinos, afetando o valor dos condomínios". Segundo ainda suas palavras, "os latinos são um problema real para Trump no Panamá".

Enquanto isso, a companhia anunciou ontem (29) a contratação de Fernanda Carvalho, ex-Preferred Hotel Group, como representante da Trump Hotels e do Trump International Panamá no Brasil.

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