PIB - revisão de estimativaTragédia de Brumadinho foi citada como razão para revisão

O BC (Banco Central) reviu a projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2019. Citando a fraqueza da atividade econômica e a tragédia de Brumadinho (MG), a instituição reviu para 2% (contra 2,4% anteriormente), a estimativa para este ano. Outro ponto destacado pelo banco é a menor perspectiva para a safra agrícola neste ano. Em 2018, o PIB do país subiu 1,1% frente ao ano anterior
 
A avaliação conta do Relatório Trimestral de Inflação, publicado hoje (28) pela instituição financeira. O BC apontou ainda que o ritmo mais fraco de recuperação econômica também teve papel nas reestimativas, mas menor na comparação com os demais fatores.

“Essa revisão está associada à redução de carregamento estatístico de 2018 para 2019, resultante do crescimento no quarto trimestre de 2018 em magnitude menor do que esperada; aos desdobramentos da tragédia em Brumadinho sobre a produção da indústria extrativa mineral; às reduções em prognósticos para a safra agrícola; e, residualmente, à moderação no ritmo de recuperação”, disse o BC.

Na prática, o BC alinhou sua estimativa à leitura do mercado, mais pessimista que a do Ministério da Economia, por exemplo. A pasta previu expansão de 2,2% do PIB neste ano no seu último relatório bimestral de receitas e despesas. Já a pesquisa Focus mais recente projetou avanço de 2%.

PIB e seus segmentos

Nas contas do BC, a produção agropecuária deve crescer 1% neste ano, metade do que via no relatório de dezembro. A instituição cita a menor produção esperada para soja, item de maior peso na agricultura, devido à estiagem em importantes regiões produtoras.

O BC também reduziu para 1,8% a alta esperada para a indústria, sobre 2,8% prevista anteriormente. Recuo nas expectativas de crescimento para a indústria de transformação e extrativa foi a justificativa para a revisão. Somente no caso da segunda, a projeção do BC diminuiu de 7,6% para 3,2%, com relação direta do desastre de Brumadinho na mudança.

Para o setor de serviços, o BC agora vê crescimento de 2%, frente percentual 2,1% anteriormente. De acordo com o banco, a revisão reflete “impactos em atividades que apresentam significativa correlação com o comportamento da indústria de transformação”. “Com relação aos componentes domésticos da demanda agregada, houve recuo na projeção para o consumo das famílias, de 2,5% para 2,2%, em linha com o relativo arrefecimento no ritmo de recuperação do mercado de trabalho no final de 2018 e início deste ano”, destaca.

(*) Crédito da capa: analogicus/Pixabay

(**) Crédito da foto: Washington Alves/Reuters