José Ernesto Marino Neto
(fotos: Aline Costa)
“Não há espaço para a construção de mais hotéis (de luxo) no Rio de Janeiro e, em São Paulo, não existe nenhum projeto para os próximos três anos. Em contrapartida, a demanda continua crescendo, o que dever aumentar a ocupação e o valor da diária média”, aponta José Ernesto Marino Neto, presidente e CEO da consultoria BSH International.
 
Ainda segundo o executivo, diante deste cenário “o nível de lucratividade fará com que, daqui a cerca de dois anos, exista a percepção de que hotelaria de luxo é um negócio muito bom”.

Contudo, embora alguns possam querer se aproveitar do clima de otimismo, ele explica que será apenas uma “percepção”. Por conta de outras situações em que circunstâncias positivas desencadearam crescimento desordenado do setor, o executivo avisa que os investidores já estão “vacinados” e dificilmente comprarão esta ideia sem estudar muito bem a situação.
 

Copa do Mundo
“A Copa é um evento de três semanas e empreendimentos hoteleiros levam de oito a dez anos para dar retorno”, afirma Neto, transparecendo não acreditar que a Copa alavanque o mercado de luxo diretamente.
 
“Trata-se de um grande evento promocional, que será uma grande propaganda para o país e deverá aumentar o movimento turístico. Mesmo assim, temos que melhorar muito nossa infraestrutura”, analisa.
 
Dados otimistas
Alexandre Mota, consultor sênior; Renata Cianciaruso, consultora, e José Ernesto Marino Neto, CEO, todos da BSH International
A consultoria também divulgou uma pesquisa sobre o comportamento da hotelaria de luxo nas capitais São Paulo e Rio de Janeiro, entre 2005 e 2008. Os dados mostram que, de forma geral, o segmento tem tido bons resultados.
 
Para a realização do estudo foram considerados os seguintes estabelecimentos:
 
Rio de Janeiro
Sheraton Barra, Windsor Barra, InterContinental Rio, Sheraton Rio, Caesar Park Ipanema, Fasano Rio de Janeiro, Sofitel Rio de Janeiro, JW Marriott Rio de Janeiro, Copacabana Palace e Iberostar.


(fonte: BSH International)
O gráfico acima mostra que a RevPar cresceu mesmo levando-se em conta valores corrigidos pelo IPCA 2008, o que mostra que houve ganho real por parte dos empreendimentos.
 
A oferta hoteleira na cidade não cresceu expressivamente nos últimos quatro anos, mas o valor da diária média se manteve estável em relação aos custos.

 
São Paulo
Já na capital paulista, foram analisados os desempenhos do InterContinental São Paulo, L’Hotel, Gran Meliá Mofarrej (atual Tivoli São Paulo), Renaissance, Emiliano, Fasano, Sofitel São Paulo, Unique, Caesar Park Faria Lima, Hotel Transamérica, Grand Hyatt, Hilton e Sheraton WTC.
 

Nos últimos anos, a oferta paulista apresentou crescimento constante e a diária média também registrou incremento.
(Aline Costa)

Serviço
www.bshinternational.com