A CAPIH (Comissão dos Administradores de Pessoal da Indústria Hoteleira), grupo informal que atua no mercado hoteleiro há mais de 30 anos unindo profissionais das áreas de recursos humanos e relações do trabalho, divulgou hoje (11) os resultados da pesquisa de turnover (rotatividade de pessoal) no setor hoteleiro.

"Este índice é muito importante porque serve como termômetro para diversos pontos de observação, pois, quando está alto, significa dificuldade na retenção de talentos que pode ser gerada por problemas no clima organizacional, problemas de relacionamento entre gestores e equipes, disparidade com o mercado em relação a salário ou benefícios, entre tantos outros", pontua Daniel Battistini, coordenador da CAPIH e gerente de relações do trabalho na AccorHotels.

Segundo Battistini, existe o turnover “saudável”, que é aquele motivado pela substituição natural de mão de obra que precisa acontecer e aquele prejudicial, que gera desgastes e custos com rescisões contratuais, recrutamento e seleção, treinamentos que se perdem, tempo para adaptação do novo colaborador ao posto de trabalho, além de outras desvantagens.

A pesquisa foi realizada entre 44 hotéis de redes hoteleiras e hotéis independentes, com maior foco na grande São Paulo e interior paulista, onde está a maior parte dos associados do grupo. Os números consolidados demonstram uma queda no turnover em 2016, que encerrou o ano apresentando média de 2,52% ao mês e um acumulado de 30,20% no ano.

"Desde 2015 estamos verificando uma queda no turnover médio, que estava altíssimo entre os anos de 2012 e 2014. Nesse período, a média mensal superava facilmente os 4,2% ao mês. Em 2015 a média começou a cair e ficou em 2,80% ao mês e o acumulado do ano fechou em 33,58%, mais de 10% acima do apurado em 2016", explica Battistini.

Os resultados também têm ligação direta com a crise e com o aumento no desemprego, uma vez que os colaboradores, que estão trabalhando atualmente, sentem-se inseguros em trocar de emprego e algumas empresas acabam segurando demissões em virtude dos altos custos rescisórios.

Em 2016 a CAPIH aprimorou os levantamentos e fez, juntamente com a pesquisa de turnover, um balanço entre os colaboradores desligados e admitidos nos hotéis pesquisados.

Os números finais deste levantamento surpreenderam porque demonstraram que, em 2016, foram desligados ou se desligaram 2.362 colaboradores nestes hotéis enquanto foram admitidos 1.818 no mesmo período, uma diferença de 23%. Isso significa que muitas reposições nas saídas não foram feitas, demonstrando que houve um fechamento considerável de postos de trabalho nos hotéis.

O balanço entre empregados e desempregados só ficou positivo nos meses de outubro e novembro, onde as contratações superaram as saídas. Isso pode significar um principio de recuperação nesse índice já que, em dezembro, o número apesar de ficar negativo, apresentou uma certa estabilidade.

Serviço
[email protected]