A TV de muitas polegadas pendurada na parede da sala denuncia: mesmo com a economia ainda instável, os negócios andam muito bem. Conectada ao sistema de gestão da empresa, os números relativos às vendas não param de subir. O vídeo acima só reitera essa trajetória ascendente da companhia fundada por Guilherme Paulus em Santo André (SP). Sentado em sua mesa, Claiton Armelin, diretor executivo de Produto Terrestre Nacional da CVC , tentava explicar o segredo do sucesso do maior grupo de turismo do país. 

“Turismo é relacionamento. É estar perto dos nossos clientes em toda sua jornada de compra e também dos nossos parceiros”, explica o executivo, que costuma viajar o Brasil conhecendo melhor os destinos e os produtos que negocia. “Quando vamos lançar ou prospectar algum destino, sempre procuramos vivenciar o local. Andamos pela cidade, conhecemos pessoas e conversamos com população local”, completa.

Quando Armelin fala de relacionamento, refere-se também ao contato com o cliente final. Hoje, mesmo com o mundo digital cada vez mais presente na vida das pessoas, as lojas da CVC continuam como principal canal de vendas da empresa. Segundo o executivo, estudos conduzidos pela companhia mostram que o cliente preza por essa relação com a marca.

“Ele pesquisa na internet, analisa preços e roteiros, mas vai até nossas lojas para pegar mais informações com nosso vendedor. Ele acaba fechando a compra na loja física, é uma relação de confiança”, afirma. “Um dos nossos grandes diferenciais são as viagens assistidas, que faz presta um atendimento completo ao cliente, da venda na loja à chegada no destino.”
 
Os números do primeiro trimestre de 2018 demonstram claramente essa tendência. De acordo com o balanço divulgado pela CVC Corp, do total arrecadado com reservas confirmadas, apenas 4,84% foram feitas por canais digitais. Na visão de Armelin, as vendas online e físicas atingem públicos diferentes. 

“Entendemos que nossa atividade é diferente do que faz uma OTA, embora a CVC Corp esteja presente nesse universo com a Submarino Viagens. O público da última é diferente do da loja, assim como os produtos que colocamos na prateleira. O período de permanência é menor, por exemplo, do que nos pacotes de lazer, que são o carro-chefe dos pontos físicos", explica Armelin, que complementa a respeito da estratégia da companhia como um todo.

“A proposta da CVC é estar com cliente em todos os momentos da vida dele. Seja a trabalho ou a lazer, seja na compra online ou com o agente de viagem, temos empresas que podem atendê-lo. Uma hora ou outra ele acaba tendo contato com alguma de nossas marcas”, pontua.

Claiton Armelin: a hotelaria

A área chefiada por Armelin é responsável por toda venda de produtos para o mercado doméstico para as unidades de negócios CVC, de diárias de hotéis e translado a serviços agregados como aluguel de carro e bilhetes de parque. Hoje, a área é dividida em três regiões de atuação: Nordeste; Sul e Centro-Oeste; e Sudeste e Norte. No total, 150 pessoas trabalham no departamento.

Claiton Armelin - equipe de Vendas Nacional TerrestreEquipe: Eduy de Azevedo, Armelin, Ricardo Assalim e Cristiano Placeres

“Em 2017, vendemos 7,2 milhões de room nights, alta de 17% sobre 2016. Desse total, 60% é de lazer e 15,5% foram de resorts”, revela o diretor da CVC. “Entre os mercados emissores, São Paulo, Rio de Janeiro, que cresceu bastante nos últimos tempos, e Minas Gerais são os principais. Para 2018, nosso objetivo é atingir a marca de 8,2 milhões de diárias”, revela.

Em termos de hotelaria, a CVC tem 5 mil empreendimentos no seu inventário. “Mais de 90% são de hotéis independentes”, explica Armelin. “Nosso campeão de vendas é o Complexo de Sauípe, mas o segundo colocado é um independente: Hotel Beach Hills, em Porto Seguro”, completa.

Qual o estágio atual da hotelaria nacional? O que falta para ela? O que pode ser ajustado no setor? Com a experiência de quem responde por uma fatia relevante da ocupação de muitos hotéis brasileiros, Armelin dá seu veredicto (veja no vídeo abaixo).

Portal do Hoteleiro

Em março, a CVC lançou uma nova versão do seu Portal do Fornecedor, plataforma exclusiva para hotéis e resorts. De acordo com Armelin, a atualização se fez necessária em função das recentes aquisições da CVC Corp. Ainda assim, ele ressalta que Trend e Visual Turismo manterão seus sistemas atualmente em funcionamento.

“Ainda não pretendemos integrar as plataformas da Trend e da Visual, que são excelentes para distribuição, por sinal. Faremos isso sem pressa”, afirma o diretor da CVC, antecipando que isso é um plano para o segundo semestre de 2019. “Entendemos que era preciso modernizar a plataforma que tínhamos. Hoje, oferecemos uma agilidade de negociações muito maior, e sem nenhum custo ao hoteleiro. Com o nível de automação da ferramenta, está mais fácil fazer o controle de apartamentos e a inclusão de tarifas, por exemplo”, acrescenta.

No vídeo abaixo, Cristiano Placeres, diretor de Produto Terrestre Nacional para o Nordeste, explica melhor o alcance do novo Portal do Hoteleiro e suas vantagens.

(*) Crédito das imagens: Peter Kutuchian/Hotelier News