CNC - endividamento das famíliasNa análise mensal, o indicador chegou à terceira alta consecutiva

A CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) divulgou ontem (4) dados da Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor). Em março, o indicador atingiu 62,4%, aumento de 0,9 ponto percentual frente a fevereiro. Já na comparação com igual mês de 2018, a alta observada é de 1,2 ponto percentual. Na análise mensal, é a terceira alta consecutiva. Além disso, o índice atingiu maior patamar desde setembro de 2015.

No quesito dívidas ou contas em atraso, o percentual também aumentou, na comparação com fevereiro, passando de 23,1% para 23,4%. Por outro lado, diminuiu de 25,2% para 23,4% o percentual de famílias inadimplentes ante março de 2018. Já o percentual de quem declarara não ter condições de pagar dívidas em atraso (e que permanece inadimplente) aumentou de 9,2% para 9,4% de fevereiro a março. Em igual mês de 2018, o índice havia alcançado 10%.

CNC: cartão segue como vilão

A Peic mostra que o endividamento das famílias que ganham até 10 salários mínimos passou dos 62,4% para 63,5%, de fevereiro a março. Se comparado com igual período de 2018, houve variação positiva de 0,7%. Já para as famílias com renda acima de 10 salários mínimos, o percentual ficou estável na comparação mensal. Houve crescimento, contudo, na avaliação anual, informa a CNC.
 
O cartão de crédito foi apontado como o principal motivo da inadimplência por 78% das famílias endividadas. Na sequência aparecem carnês (para 14,4%) e financiamento de carro (para 10%). Marianne Hanson, economista da CNC responsável pela pesquisa, afirma que alguns fatores influenciaram o resultado de março.

Segundo Marianne, além da recuperação gradual das concessões de crédito e do consumo, um fator sazonal impacta a pesquisa: a incidência dos gastos extras no início de ano. Custos como IPVA, material escolar e IPTU, entre outros, elevam a demanda por empréstimos. “Entretanto, apesar da alta do percentual de endividados, o comprometimento médio de renda com o pagamento de dívidas ficou estável, refletindo condições ainda favoráveis de juros e prazos”, finaliza.

Também em março, segundo pesquisa da entidade, a intenção de consumo dos brasileiros recuou 0,4% frente a fevereiro, após quatro meses de altas sucessivas.

(*) Crédito da foto: stevepb/Pixabay