cncOtimismo do comerciante também caiu em julho

O Icec (Índice de Confiança do Empresário do Comércio) teve queda de 1,1% esse mês em relação a junho. Atingindo 114,6 pontos, esse foi o quarto mês consecutivo de baixa do índice. Pesquisa da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), aponta que esse é o menor nível do indicador desde dezembro de 2018, quando atingiu 115,46 pontos. 

Apesar disso, o indicador teve variação positiva em relação a julho de 2018, em que o Icec alcançou 103,91 pontos. No comparativo, o índice apresentou crescimento de 10,3%, porém devido à baixa base de comparação.
 
“A queda na confiança dos empresários do comércio pode ser explicada pela percepção das condições atuais da economia, com uma baixa taxa de crescimento que se reflete nas vendas”, avalia José Roberto Tadros, presidente da CNC.

“Mas a redução da confiança em julho, de 1,1%, foi menor que a de junho, de 1,7%, o que pode sinalizar uma tendência para o segundo semestre, a depender da continuidade das medidas que ajudem a destravar a economia, como as reformas da Previdência e tributária”, completa Tadros.

“Dados do IBGE mostram que, apesar de o comércio varejista ampliado ter mostrado um crescimento de 3,3% no acumulado até maio, a taxa está bem abaixo dos 6,3% obtidos no mesmo período de 2018. Com isso, os varejistas se mostraram mais cautelosos com investimentos e contratações futuras, indicando um ritmo ainda lento da atividade econômica”, avalia o CNC.

CNC: outros índices

O fraco desempenho econômico gerou menor grau de otimismo entre os comerciante em relação ao futuro. Após seguidas retrações, as expectativas quanto à economia ficaram estáveis em julho. Enquanto reduziu-se, de 88,4% para 85,6%, a proporção dos empresários que esperam uma melhora econômica de junho para julho. Já a expectativa para o setor do comércio também teve variação negativa em relação ao mês de junho, de -0,6%.
 
A expectativa de contratação de funcionários foi a única, entre os indicadores de investimento, acima do nível de satisfação, com 118,8 pontos. Ainda assim, mostrou recuo de 0,8% em julho. A maioria dos varejistas (64,2%) ainda mantém planos de contratação para os próximos meses, mas essa é a menor proporção desde setembro de 2018 (60,2%). 

O percentual de empresários relatando estoque abaixo do adequado (15,2%) aumentou pelo terceiro mês seguido. Na avaliação do CNC, isso é um indício que podem estar mais pessimistas do que deveriam em relação à capacidade de venda. 

(*) Crédito da foto: Tony Winston/Agência Brasília