Consumo das famílias caiu 1,9% em abril

As famílias brasileiras estão mais conservadoras para consumir produtos e serviços. É o que mostra a pesquisa ICF (Intenção de Consumo das Famílias), divulgada hoje (25) pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). O indicador teve, em abril, sua segunda queda mensal consecutiva de 2019. Após o recuo de 0,4% em março, o índice cedeu 1,9% esse mês.

A última vez que houve duas quedas seguidas foi em julho do ano passado, quando a economia brasileira ainda se recuperava dos prejuízos causados pela greve dos caminhoneiros. Para piorar o cenário, em abril, o estudo apontou variação negativa em todos os subíndices avaliados pela CNC. Na avaliação da entidade, as incertezas de curto prazo sobre a economia e as dificuldades de melhora no mercado de trabalho, contribuiu para compor um quadro de relativo desânimo entre as famílias
 
Já José Roberto Tadros, presidente da CNC, diz que a performance ainda lenta da economia, os juros e o desemprego têm frustrado o otimismo das famílias. “O país passa por uma fase de mudanças e ajustes. A aprovação da reforma da Previdência, nos próximos meses, pode trazer um alento para a economia brasileira”, acredita Tadros.

CNC: análise regional 

Os subíndices Momento para Duráveis (-5,8%) e Perspectiva de Consumo (-3,3%) foram os que mais influenciaram a retração no ICF. Na sequência aparecem Perspectiva Profissional (-1,7%) e a avaliação quanto ao Emprego Atual (-1,6%). O resultado da pesquisa da CNC aponta ainda que o ICF chegou a 96,2 pontos, ainda abaixo da zona de satisfação, de 100 pontos. Desde abril de 2015, quando atingiu 102,9 pontos, o ICF não ultrapassa essa marca.

Em termos regionais, a queda do indicador foi influenciada, sobretudo, pelas famílias localizadas no Sudeste (-3,2%) e Nordeste (-1,7%). Já a região Norte foi a única a apresentar aumento da intenção de compra (+2,5%). Vale destacar que a intenção de consumo das famílias do Sul (102,7 pontos) e do Norte (100,3) são as únicas que se encontram na zona de satisfação.

(*) Crédito da foto: WALK_/Unsplash