Um poshtel pode ser definido como um empreendimento híbrido de hostel e hotel boutique. Os poshtels combinam o melhor dos dois mundos, e tal como as pousadas, atendem a viajantes com orçamento limitado para hospedagem e que apreciam a interação e a possibilidade de fazer novas amizades durante sua estadia. O artigo é de Natalie Holmes para a JLL Real Views

Ao contrário dos hotéis tradicionais, os poshtels combinam um ambiente marcado pelo design diferenciado com pequenas áreas de descanso – muitas vezes compartilhada – e espaços comunitários inovadores.

"Esta nova modalidade se mostra eficiente em satisfazer às necessidades dos hóspedes. Oferece flexibilidade no produto e muitas vezes, oferecem eventos que incentivam os hóspedes a se entrosarem e interagir uns com os outros", explica Graham Craggs, diretor da EMEA Hotels da JLL.

Neste conceito, são vários os empreendimentos que ganharam destaque nos últimos anos, como o Wallyard, em Berlim, na Alemanha, que funde a estética de hotel com um salão de arte, um café e um espaço para bicicletas. No Japão, o Grids, conjunto composto por duas pousadas, já é consolidado como um centro de viajantes no destino, com espaços comuns e uma seleção de alojamentos básicos, com tecnologia de última geração e opção para famílias.

Outro exemplo forte dentro deste segmeto é a Urban House, em Copenhague, um empreendimento que mescla serviços de hotel e hostel, com beliches e quartos privados, além de uma sala de tatuagem (!), loja de bicicletas, cozinha self-service e programação de passeios a pé gratuitos. Novamente, áreas sociais e oportunidades para experiências imersivas são o foco principal, ancorado por uma diversidade de eventos culturais locais, como mercados de antiguidades e concertos de música.

"Uma série de grandes marcas estão atentas ao segmento. O chamado poshtel não só tira proveito do poder de compra do público mais jovem no mercado, como também funciona como resposta à influência do Airbnb e os desafios que a plataforma lançou para a indústria hoteleira", afirma Craggs.

Potencial como negócio
A AccorHotels, assim como a Marriott fez com a sua marca Moxy, também avança no segmento com a Jo & Joe, anunciada em setembro de 2016 como "um novo conceito em hospedagem, que coloca o design, a gastronomia e a experiência do usuário acima de tudo". De acordo com Sebastién Bazin, presidente e CEO da AccorHotels, a ideia é "quebrar a tradição, esquecer os velhos hábitos, surpreender, trazendo para o hóspede autenticidade ao mesmo tempo em que promove um sopro de ar fresco para a companhia". A marca tem planos para 50 propriedades em todo o mundo até o ano de 2020.

Marcas como a Jo & Joe é direcionada aos millennials, mas de acordo com Craggs, o conceito tem potencial para atrair um mercado muito mais amplo. "Apesar de um espaço menor, o poshtel oferece flexibilidade em tipos de quartos, agradando a hóspedes mais velhos, famílias e grupos, tal como em hotéis tradicionais", observa.

"Este tipo de propriedade é geralmente mais barata de se construir e operar, portanto, possui maior rentabilidade. Além disso, podem funcionar em edifícios e locais não adequados para hotéis tradicionais. O conceito tem muitos méritos para todos os perfis de hóspedes. E do ponto de vista do desenvolvimento, as métricas fazem todo o sentido", finaliza Craggs.

Serviço
jllrealviews.com

* Crédito da foto de capa: divulgação/Accor Hotels/Jo & Joe