Entre todos os serviços que um hotel nos oferece, o restaurante pode ser o grande atrativo da sua viagem. É indispensável uma passadinha nele pela manhã! O pão está quentinho, o suco, fresco e as geléias também. A tarde chega e algumas pessoas podem aproveitar, assim como no jantar, um belo prato sugerido pelo chef, ou então opções intermináveis em um buffet que se perde no horizonte. Hum, que fome! O hóspede faz sua refeição e a satisfação o leva pela porta até o lobby…
 
Você já pôde ler aqui no Hôtelier News entrevistas com chefs e gerentes de Alimentos & Bebidas, no entanto esta semana falaremos dos fornecedores de equipamentos para restaurantes, já que sem eles, e a mãozinha do chef, nossa refeição não estaria em perfeito equilíbrio.
 
A Elvi Cozinhas Industriais é uma empresa que produz equipamentos para cozinhas profissionais de hotéis, restaurantes e laboratórios de hipermercados. Localizada em São Bernardo do Campo, em São Paulo, o grupo atua há mais de 40 anos no mercado. “Começamos como uma empresa familiar e hoje conseguimos construir uma grande família, já que nossa interação com colaboradores e fornecedores é constante”, explica Cristiano Sola, diretor comercial, que fala sobre a atuação da empresa no mercado hoteleiro, as expectativas para 2008 e a história da fábrica de cozinhas.
 
Atualmente, a Elvi está presente nas principais capitais do Brasil e na América do Sul. O portfólio de produtos da empresa conta com mais de 200 itens. Entre eles destacam-se os produtos de refrigeração, manipulação de alimentos, vitrines expositoras, câmeras frigoríficas e equipamentos de cocção – fogão, chapa e
caldeirão. 
 
Por Gabriel Guirão

Cristiano Sola, diretor comercial da Elvi Cozinhas Industriais
(fotos: Gabriel Guirão)
Hôtelier News: Em quais hotéis a Elvi está presente?
Cristiano Sola: Estamos nas cozinhas de hotéis de redes internacionais, nacionais e também nos independentes. Preferimos não citar os nomes, mas podemos salientar que este ano aumentaremos ainda mais a nossa área de atuação, já que o nosso gerente de expansão, Sergio Frota, está em negociação com mais hotéis.
 
Trabalhamos neste segmento há cerca de cinco anos e conseguimos conquistar parceiros fiéis neste período. Acreditamos que este resultado é reflexo da nossa participação em diversas feiras do segmento, como por exemplo a Equipotel, para mostrar que este é um mercado muito importante para nós. No início, a Elvi atuava somente com restaurantes temáticos, restaurantes fast food e hipermercados.
 
HN: Como você avalia as mudanças na hotelaria nestes cinco anos em que vocês estão atuando?
Sola: A profissionalização dos colaboradores deste setor foi, e está sendo, notável. O mínimo que um chef renomado exige é uma cozinha que dê suporte para seu trabalho. Mesmo nas cozinhas onde o público pode ver o preparo dos pratos, que também é outra novidade, o profissional precisa de equipamentos funcionais. Por mais que as cozinhas deste tipo sejam menores, elas são compactas. O metro quadrado para a construção de uma cozinha requer um bom investimento, então a otimização de custos em espaços menores, porém mais sofisticados, também foi uma tendência notada. Os gerentes gerais precisavam de mais um diferencial para completar seus serviços. As cozinhas profissionais são formadas pela segurança, qualidade e alto padrão.
 
HN: Como é a relação com os hotéis após a venda?
Sola: Nós disponibilizamos assistência técnica permanente, já que temos equipes de manutenção regionais. Nosso apoio é preventivo e corretivo. Visitamos para avaliar como estão os equipamentos e também para consertar quando há necessidade.
 
HN: O que se deve levar em conta quando alguém planeja  construir uma cozinha profissional?
Sola: Primeiro, o tipo do cardápio do estabelecimento. Em segundo lugar o número de apartamentos do hotel. Por último, mas não menos importante, a contratação de um projetista qualificado para a implantação de equipamentos de alta qualidade.
 
Para os empreendimentos que cresceram em número de apartamentos e não dispõem de espaço físico para construção de uma cozinha maior, uma solução é utilizar a quebra no processo de preparo dos alimentos. O congelamento é uma delas e nós temos equipamentos que suprem também estas necessidades.
 
“Estamos em negociação com mais hotéis”, afirma Cristiano Sola

HN: Qual é o investimento para construir uma cozinha?
Sola: Depende do tamanho do projeto. Para uma pousada que queira uma cozinha pequena, o investimento será cerca de R$ 50 mil. Já os resorts necessitam de algo maior devido ao número de hóspedes. O custo da obra baseia-se no tamanho do projeto desenvolvido. Sendo assim, não há como estabelecer um número exato.
 
HN: Qual é a diferença entre uma cozinha profissional de um hotel e de outro estabelecimento?
Sola: As diferenças são sutis, já que a cozinha de um hotel, assim como a de uma fábrica, produz uma grande escala de refeições. Nós brincamos que o hotel tem uma cozinha industrial, porém com um toque da alta gastronomia. Esta situação é diferente caso o hotel trabalhe com pratos menores e específicos. Dependendo do conceito em que o estabelecimento atua, as diferenças aparecem.
 
 
“O projeto de uma cozinha pode custar R$ 50 mil,
ou até 15 vezes mais”

HN: Como são desenvolvidos os equipamentos?
Sola: Estamos sempre em busca de novas tecnologias e, para nos manter atualizados, promovemos viagens para o exterior onde podemos avaliar e fazer contato com futuros parceiros. Além disso, dentro da nossa sede, nós contamos com um laboratório de testes. Muitas vezes nossos clientes pedem um selo de qualidade internacional, então produzimos por aqui e mandamos para fora do país. Este intercâmbio tem nos proporcionado bons resultados.
 
HN: Vocês desenvolvem todo o projeto, desde a medição do espaço, criação, até a implantação, ou a atuação da empresa está somente na criação dos equipamentos?
Sola: Nós recebemos a planta desenhada e adequamos nossos produtos de acordo com o lay-out e o investimento do qual o hoteleiro dispõe. Os hotéis contratam escritórios de projetistas ou até mesmo arquitetos para tirar medidas e depois nos encaminhar o projeto. Geralmente, estes projetos vêm com os tamanhos padrões para uma mesa, por exemplo, mas se houver necessidade, nós desenvolvemos peças únicas. Isto não é comum, mas se o hotel precisar de um diferencial, nós podemos ajudar.
 
HN: Como foi o ano de 2007 e quais são as expectativas para este ano?
Sola: Fechamos o ano passado com crescimento de 15% nas vendas em relação a 2006. Este ano começamos com a economia aquecida e já registramos um crescimento de 25% nos dois primeiros meses em relação a 2007, o que representa um grande passo para a empresa. Contudo, nossa expectativa de crescimento para 2008 foi traçada entre 15 e 20%.
 
HN: Quantos colaboradores atuam para a empresa?
Sola: Diretamente, são mais de 200 colaboradores. No entanto, nós temos representantes nas principais capitais do país e este número sobe para 500, contabilizando os terceirizados. O interessante é que 30% deste total são mulheres, uma porção significativa, já que elas atuam na solda, polimento, acabamento final, expedição e avaliação do produto final. Além destes departamentos, o setor administrativo também é formado predominantemente por mulheres. Consideramos que o trabalho delas é mais cuidadoso e atento, por isso esperamos aumentar para 40%, em três anos, o número de colaboradoras.
 
 
  
As mulheres representam 30% do total de colaboradores que a
empresa possui. A expectativa é aumentar para 40% em três anos
 
HN: Como é feita a qualificação dos colaboradores?
Sola: De seis em seis meses, nós promovemos cursos e palestras, tanto para qualificação como para a reciclagem. O treinamento é uma das áreas em que mais investimos. Além disso, enviamos nossos executivos, sempre que possível, para avaliar e estudar o mercado no exterior. Ao mesmo tempo em que importamos tecnologia, também exportamos.
 
HN: Como é a relação com a concorrência?
Sola: A concorrência é dura… Existe muita competição, porém quem opta pelo melhor produto é o mercado. O que queremos destacar para nossos clientes é a qualidade dos nossos equipamentos com uma boa imagem. A cada dia nós construímos o futuro, então não podemos falhar nunca. Precisamos ouvir nossos clientes antes de se preocupar com outras pessoas. É muito gratificante quando um comprador nos procura por saber o que podemos oferecer para sua empresa.
 
 “Já registramos um crescimento de 25% nos dois
primeiros meses deste ano, em relação a 2007″

HN: Como a Copa do Mundo de 2014 vai impactar nos negócios da empresa?
Sola: Este evento será um grande impulsionador de parcerias para nós. Muitos empreendimentos precisarão de uma estrutura, no mínimo, que supra as necessidades de seus clientes e esteja adequada aos padrões internacionais para se tornar um hotel oficial. Nós já temos uma estratégia para os próximos cinco anos para não sermos pegos de surpresa com um possível crescimento na demanda. Para que uma empresa se destaque no seu mercado de atuação é preciso estudar todo o mercado onde podemos atuar.
 
HN: A Elvi é uma empresa que mexe com muitos materiais químicos. Como é a realizada a preocupação sócio-ambiental dentro da empresa?
Sola: Há alguns anos implantamos alguns padrões para não prejudicar o meio ambiente. Por exemplo, no processo de refrigeração não utilizamos gás químico, apenas o ecológico. Já no processo de isolamento térmico deixamos de usar o amianto e o gás CFC, usado comumente como solvente orgânico, gás para refrigeração e em extintores de incêndio e aerossóis.
 
Assim como o meio ambiente, também nos atentamos para a nossa comunidade. Durante as datas comemorativas do ano inteiro, nós realizamos algumas campanhas de solidariedade para ajudar asilos e creches, entre outras instituições.