Mariana Carolina WedekinMariana Carolina e, ao fundo, um dos palácios que gere 

Nascida e criada em São José do Rio Preto (SP), Mariana Carolina Wedekin vive uma grande experiência graças à hotelaria. Atuando na área desde 2010, a profissional fez uma aposta ousada carreira e vem colhendo os frutos. Após trabalhar em hotéis brasileiros, usou seu instinto aventureiro e se mandou para os Emirados Árabes Unidos. Hoje, além de mãe solteira, é responsável pela operação de quatro palácios do Sheikh Mansour Bin Zayed Al Nahyan, um dos homens mais ricos do mundo.

Já em Abu Dhabi, Mariana Carolina atuou todo o ano de 2017 como gerente geral do restaurante Tashas Al Bateen. Após pouco mais de um ano, fez uma entrevista para trabalhar para o sheikh, cargo que ocupa há cinco meses, gerenciando os palácios Abu Dhabi, Al Ain, Al Wathba e Dubai. 

"Sou meio cigana e já mudei muito de cidade e estado, mas sempre dentro do Brasil. Depois de experimentar o cargo de gerente geral em dois hotéis, senti-me capaz de procurar vagas fora do Brasil e comecei nos Emirados", conta a executiva. “Vi que a politica de visto era mais fácil e candidatei-me para várias vagas via LinkedIn. Em setembro de 2016, recebi um convite para uma entrevista, da qual não passei, mas depois que conheci Dubai percebi que era o que queria”, acrescenta.  

Segundo Mariana Carolina, o processo seletivo para a vaga teve quatro entrevistas, sendo uma com a recrutadora e outras três com as PA (personal assistent) da Sheikha Manal, hoje sua chefe imediata e umas das esposas do sheikh. "O trâmite todo levou dois meses, mas meu emprego no Tashas me deu estabilidade e foco para continuar", fala.

Mariana Carolina Wedekin - Sheikh Nahyan Bin MubarackMariana Carolina, seu filho e o sheikh Nahyan

Atualmente, a profissional coordena uma equipe de 350 pessoas, além dos quatro palácios já citados. Ela supervisiona áreas operacionais como lavanderia, motoristas, A&B (Alimentos & Bebidas), governanta e compras. "Não é fácil agradar a sheikha, pois ela é muito perfeccionista. De qualquer forma, gosto de onde estou e mal acredito que trabalho para a família real", comenta.

Mariana Carolina Wedekin: longe de casa

Mariana conta que seu maior problema no país foi lidar com a inadimplência. O primeiro lugar que trabalhou não pagou dois meses de salários, o que a deixou em apuros. “Quebrei a cara, fiquei muito sem dinheiro. Saí distribuindo currículo de porta em porta, mandando mensagem pelo LinkedIn, morando em apartamentos compartilhados. Quando sai do Brasil estava decidida a ficar nos Emirados Árabes, então vendi meu carro e vim com uma pouca reserva”, relembra.

Ela conta que, em meio à busca por emprego em um país estranho, teve a sorte de conhecer pessoas que a levaram para o Tashas Al Bateen. “O trabalho foi muito bacana. A rede é da África do Sul e trabalhei com gente do mundo inteiro”, diz Mariana Carolina. “Em relação a ser mulher e imigrante em um país árabe, não senti preconceito. Ainda assim, existe a questão do vestuário, apresentação pessoal, mas entendo ser uma questão de respeito à cultura”, avalia. 

Carreira e pretensões

Mariana Carolina iniciou a carreira no turismo sem muita convicção. Na verdade, em função de um problema de saúde da mãe, optou por uma faculdade que a permitisse estar próxima dela. Na época, a família – ela tem mais dois irmãos – havia se mudado para Porto Seguro (BA).  

"O turismo nunca foi meu sonho, mas quando entrei na faculdade me apaixonei. Logo cedo consegui um trabalho como recepcionista no Villagio Arcobaleno, entrando de vez na hotelaria e amando mais ainda a área", relembra.

Mariana Carolina Wedekin - desertoMariana Carolina está adaptada ao mundo árabe

A atual gerente dos palácios do Sheikh Mansour Bin Zayed Al Nahyan atuou também, antes de se mudar para os Emirados Árabes, como gerente geral Hotel Fazenda São Carlos, em São Carlos (SP), e do Araçatuba Plaza Hotel, em Araçatuda (SP). Ela também é sócia da administradora de hotéis chamada PS Hotéis.

Para o futuro, Mariana Carolina diz que pretende sair do departamento de Operação para se arriscar em outras áreas na hospitalidade. "Estou estudando Asset Management e Hotel Real Estate Investment na Cornell University. A ideia é poder fazer parte do time de decisão de investimento em um empreendimento. Nunca se sabe, mas pode ser aqui nos Emirados, no Brasil ou até em outro país”, diz. Depois dessa história toda, você duvida dela?

(*) Crédito das fotos: arquivo pessoal da entrevistada