Presidente do Porto Alegre Convention & Visitors Bureau (POAC&VB) e da Versare Rede de Hotéis, diretor da Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (FNHRBS) e dos Hotéis Ritter de Porto Alegre (RS), Ricardo Krüger Ritter, de 50 anos, parece incansável.

Formado em Engenharia civil pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Puc-RS), começou a atuar em hotelaria desde cedo, antes mesmo dos 20 anos de idade, trabalhando na empresa que pertence à família. Hoje, concilia diversas atividades, todas na área do turismo e da hotelaria.

Por Cristina d’Azevedo


Ricardo Krüger Ritter
(foto: divulgação)

Hôtelier News: Quais foram as primeiras ações da nova diretoria do Porto Alegre Convention & Visitors Bureau (POAC&VB) desde que o senhor assumiu, em abril do ano passado?
Ricardo Ritter: A primeira ação foi definir o foco em que o convention iria atuar, que é a captação de eventos. Contratamos um software de banco de dados para organizar o sistema de pesquisa, atualizamos os materiais necessários para a captação e realizamos, com a consultoria do Sebrae, o plano de ação, que é como nós vamos colocar em prática esses objetivos para obter bons resultados.

HN: No que consiste o plano de ação da entidade?
Ritter: Nós o definimos em quatro áreas. Uma se dedica à parte de mantenedores, atuando como um clube de negócios. A segunda direção estratégica é a parte de captação e apoio de eventos, que é a principal. Há também a questão de gestão, já que na medida em que os nossos recursos não são abundantes, temos que saber otimizá-los. O software contratado, além de ter o banco de dados para gerenciar a área de captação e realização de eventos, também visa dar uma administração mais dinâmica e profissional ao CVB. E a área de visitors é a que desenvolve a divulgação do destino Porto Alegre e dos vários eventos que estão ocorrendo na cidade.

HN: Quais são as metas e expectativas para 2007?
Ritter: Estamos preparados para, neste ano, captar efetivamente o maior número de eventos possível. A nossa meta é ter, no mínimo, um evento de médio/grande porte por mês em Porto Alegre ou na Grande Porto Alegre.

HN: Quais são os maiores desafios?
Ritter: O mercado é extremamente competitivo e os eventos já consagrados são muito disputados, principalmente pelos grandes centros, e não só no Brasil. Como Porto Alegre concorre por eventos internacionais e hoje é a terceira ou quarta cidade em número de encontros internacionais, nós competimos com vários destinos do mundo. Esse é o nosso maior desafio!

HN: Qual é atualmente o quadro de mantenedores da entidade?
Ritter: Nós temos cerca de 100 mantenedores, mas entendemos que tem um mercado amplo para trazer mais empresas associadas para o convention. Isso, inclusive, já tem ocorrido de forma espontânea. Na medida em que a gente começa a ter mais resultados e ganha mais visibilidade, conseguir novos parceiros se torna mais fácil. Hoje, temos só um shopping center associado, mas entendemos que todos eles têm de estar conosco.

HN: O que é mais difícil, captar novos mantenedores ou mantê-los fiéis à entidade?
Ritter: Eu acho que é captar. Na maioria das vezes, eles se mantêm fiéis ao convention.

HN: Por que é importante ser um mantenedor?
Ritter: Porque apesar de ser constituído em uma fundação, o Porto Alegre Convention & Visitors Bureau (POAC&VB) é um clube de negócios. Sem mantenedores não existe convention & visitor bureau. A união dessas várias atividades exercidas pelos mantenedores é que compõem a força da entidade para alavancar novos eventos para a cidade. A própria diretoria executiva é eclética. Ou seja, temos hoteleiros, agentes de viagens, pessoas de centros de eventos… Somos bem variados para compor essa adversidade que são os nossos mantenedores.

HN: O POAC&VB tem conseguido captar novos eventos? Em quais áreas?
Ritter: Tem-se captado, mas estrategicamente nem sempre divulgamos. É uma forma de cuidar para que esses eventos não saiam do clube de negócios que é o POAC&VB. São eventos de diversos portes e para várias épocas do ano. A maioria deles está sendo captada para o ano de 2008 em diante. Há pouco, por exemplo, entrou em processo de captação um evento da área esportiva para 2011.

HN: Como é a infra-estrutura de Porto Alegre para receber turismo de negócios e de lazer? O que pode ser melhorado?
Ritter: A nossa estrutura já é adequada. É claro que, se a gente tivesse um centro de eventos de maior porte, teria condições de buscar eventos ainda maiores, mas o que temos, principalmente os dois maiores – Puc e Fiergs –, já estão com o tamanho bastante adequado. Há uma expectativa da Fiergs aumentar, quase dobrar a área de exposição. Aí vai melhorar bastante. A hotelaria está até ociosa, com condições de atender eventos de médio e grande porte. A estrutura de transporte também está adequada, embora fosse melhor a gente ter um centro revitalizado para a imagem de Porto Alegre.

HN: O que é o programa Rota Metrópole? Qual é a sua finalidade?
Ritter: O Rota Metrópole já existe há uns cinco ou seis anos. Ele foi criado com o objetivo de atenuar a baixa ocupação que a hotelaria de Porto Alegre tem aos finais de semana, buscando o turismo de lazer e cultural, com foco nos moradores do interior do estado, em cidades distantes até 350 km da capital. Ele tem sido um sucesso! Em alguns períodos do ano, há hotéis com ocupação superior aos finais de semana do que em dias de semana. Ou seja, o quadro foi invertido.

HN: Qual é o objetivo do POAC&VB ao lançar a revista oficial da entidade?
Ritter: A idéia não é nova, ela já existe em vários outros conventions bureau, tanto no Brasil como no exterior. Sua finalidade é bem receber o turista que visita Porto Alegre, divulgando os eventos que estão ocorrendo na cidade, os inúmeros serviços prestados pelos nossos mantenedores e informações culturais e turísticas locais. Nossa meta é que ela seja editada a cada dois meses.

HN: Como membro do grupo gestor do planejamento estratégico para o turismo em Porto Alegre, explique o que representa essa iniciativa.
Ritter: As diretrizes desse trabalho de planejamento são de extrema importância para nortear o turismo de Porto Alegre. A idéia é fazer com que entidades, tanto privadas quanto públicas, trabalhem com ações planejadas e continuadas. É importantíssimo também que traga a conscientização das pessoas que não são ligadas diretamente ao turismo, para que vejam que o setor é um bom negócio, que o turismo pode trazer resultado nas atividades que eles exercem.

HN: Quais outras atividades exerce atualmente?
Ritter: Além do convention, sempre a hotelaria, tanto dirigindo os Hotéis Ritter quanto a nossa rede de hotéis, que é a Versare. Também tenho um portal de compras na internet desde 2000 – o HotelBar.

HN: Quais são as últimas novidades sobre a Versare Rede de Hotéis?
Ritter: Estamos em um processo de expansão para os estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Provavelmente em março, já estaremos no mercado nacional. Também lançamos o diretório renovado, porque o nosso folder anterior era em papel dobrado e o novo é em forma de guia, preparado para a ampliação de hotéis. Atualmente a Versare conta com 25 unidades distribuídas por 22 municípios gaúchos. A expectativa para este ano é de que esse número mais do que dobre.
 
HN: A idéia é sempre manter apenas um hotel de cada cidade?
Ritter: Sim, isso é uma decisão que deu certo, pois proporciona uma troca de resultados e de experiências muito mais tranqüila, já que os hotéis não concorrem entre si. É uma questão estatutária da rede, em que o hotel tem exclusividade geográfica em um raio de 50 km da sua localização.

HN: Como está o Programa Fidelidade?
Ritter: O Programa Fidelidade é um dos grandes diferenciais da rede, está tendo uma aceitação muito grande e tem crescido mês a mês. O número de cartões processados é cada vez maior e nos diferencia de outras redes de mesma propriedade.

HN: Como tem sido o desempenho dos Hotéis Ritter de Porto Alegre?
Ritter: Eles estão bem situados no mercado competitivo, com equipamentos novos, mas a nossa política sempre foi de reinvestimento, de uma postura bastante profissional, e temos tido um resultado dentro da média geral do mercado.