Ainda na primeira metade do ano passado, a SiteMinder, gigante do setor de tecnologia a serviço da hotelaria pelo mundo, determinou-se a marcar presença também no mercado da América Latina. À época, a companhia incorporou o RQ Grupo Hoteleiro, que tinha hotéis chilenos como principais clientes. O movimento foi a chave para despertar o interesse dos líderes da organização que alegam estar construindo bases e compreendendo o ritmo de um continente que gera bons auspícios. O Brasil nesse contexto, aparece em destaque, já que é o maior país da região.

"Acreditamos que este é o momento certo para apostar e queremos ter presença relevante", garante Mateus Coelho, gerente regional para o Brasil e a Península Ibérica para o SiteMinder. O executivo exalta as dimenções continentais que tem o território brasileiro e revela onde estão os principais planos de ação da corporação na parte latina da América. Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e Peru são o alvo. "Temos muita expertise no que fazemos e ocupamos a liderança global do segmento. Mas como estamos falando de um mercado novo, ainda estamos construindo bases, estudando e entendendo a América Latina", reafirma.

A liderança citada pelo dirigente pode ser flagrada nos números da empresa. Ela está em 160 países de seis continentes, atuando junto a mais de 26 mil meios de hospedagem de tamanhos e estilos variados. A maior parte (60%) dos clientes está na Europa.

Para todos esse muitos hotéis, a SiteMinder oferece sofwares de gestão acessados por computação em nuvem. Ou, como explica Coelho: "Vendemos tecnologia para para ajudar os hotéis a trabalharem melhor".

O principal atrativo é chamado pelo didático nome de Chanel Manager. "Esse é o nosso carro chefe", revela o gerente emendando uma explicação. "Imagine um pequeno hotel que tem como primeira necessidade a ocupação de seus quartos. Para isso ele tem que gerar demanda. E os canais, OTAs e afins, trazem essa realidade", continua. "Esse hotel começa a trabalhar com esses canais. Contudo há a possibilidade de ver crescer essa demanda e aí é necessário administrá-las para não correr riscos de ofertar o que já está reservado, perder clientes ou causar acidentes como overbooking e reserva duplicada".

A maneira encontrada pela empresa para gerenciar os múltiplos canais é a ferramenta em questão, uma plataforma que integra os mais de 350 canais de distribuição que trabalham em sincronia com a SiteMinder como se tudo funcionasse de forma única.

Outros produtos oferecidos pela companhia são o motor de reservas – geralmente funcionando dentro do site do hotel -, plataforma de construção de website para meios de hospedagem – geralmente são websites especificamente pensados para o negócio hoteleiro -, gerenciamento de GDS e o Profet – um comparador de preços, demandas, variações e que sugere melhores precificações.

De acordo com Coelho, todas as plataformas disponíveis no portfólio são baseadas no exercício de observação que coloca o cliente como protagonista das ações da empresa. "Tudo que fazemos é baseado no que o cliente pede. O mercado pede. Vamos acompanhando tendências que impactam a indústria, gerando informações e identificando necessidades", acrescenta.

Nesse contexto, algumas palavras são tidas como termos que orientam o trabalho da empresa junto a seus clientes. Flexibilidade e transparência são elas. "Procuramos fazer um trabalho que mostre ao hotel como essas ferramentas podem ser importantes e entendemos que cada empreendimento tem uma necessidade", comenta o gerente. As condições que custeiam o uso dos softwares encaixam-se nesse caráter de flexibilidade. Aproximadamente 90% dos contratos firmados, segundo conta o executivo, são de permanência mínima e sem período de carência para cancelamento. Essas condições fazem do retorno e do custo-benefício questões sine qua non na relação com os hotéis.

Empreendimentos administrados por redes internacionais e pequenos estabelecimentos, a partir de uma habitação, são os integrantes da clientela SiteMinder. A despeito do tamanho da unidade, todas recebem treinamento e suporte à distância. Em orientações por sistemas ligados aos softwares, na nuvem, ou por telefone. "Foi-se o tempo em que era necessário um treinamento presencial. Hoje tudo está na nuvem. Todas as nossas plataformas estão na nuvem e não se faz necessária a instalação de software, hordware. Tudo é feito pela tecnologia". As transações de compra de software e questões ligadas a costumização e desenvolvimento de novos produtos também são tratadas via internet. 

* Crédito da foto na capa: Pixabay/Geralt